Prefeitura de São Paulo afasta GCMs por ação violenta contra jovens no centro

Em nota, Secretaria de Segurança Urbana afirma que 'não tolera condutas' como as registradas na praça Roosevelt

Homem à paisana enforca skatista observado por guardas fardados (Foto: Reprodução)

São Paulo – Após a agressão da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a skatistas na praça Roosevelt, na região central de São Paulo, no dia 4, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, à qual a GCM é subordinada, divulgou uma nota na qual afirma que a pasta “não tolera condutas como a dos agentes envolvidos em ocorrência com skatistas na Praça Roosevelt”. De acordo com a nota, “os responsáveis já foram identificados, afastados dos serviços externos e estão sendo ouvidos pela Corregedoria Geral da Guarda Civil Metropolitana, que adotará as providências cabíveis”.

O corregedor Eduardo Betenjane Romano – até o momento mantido na nova gestão do prefeito Fernando Haddad, que assumiu dia 1° – não se pronunciou sobre o assunto. Tampouco o secretário nomeado por Haddad, Roberto Porto, comentou. Promotor de Justiça, Porto é ligado ao vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), que apoiou a candidatura petista no segundo turno das eleições do ano passado. 

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Urbana diz não saber informar se, com a nova gestão e a mudança do secretário, o atual corregedor continuará no cargo.

Em vídeo divulgado na internet, um grupo de guardas civis metropolitanos parece dispersar alguns skatistas na praça Roosevelt. Um homem à paisana, supostamente um guarda, dá uma gravata em um dos rapazes. Aparentemente fora de si, o homem acusado de ser um “guarda sem uniforme” pelo rapaz que grava o vídeo, chega perto dele ameaçando-o e desferindo uma série de palavrões. O jovem diz que seus colegas e ele foram agredidos com gás de pimenta.

Na campanha eleitoral, o então candidato Fernando Haddad prometeu que, em sua gestão, a atuação da GCM teria um caráter social, aliando suas operações a políticas públicas. Após Haddad tomar posse, o novo secretário da Segurança Urbana disse, por exemplo, que todas as abordagens a moradores de rua deverão ser feitas obrigatoriamente com a presença de um assistente social. 

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Urbana afirmou à reportagem que qualquer informação sobre o caso só seria fornecida por e-mail e que não havia nenhuma previsão sobre horário em que questionamentos seriam respondidos.

Denúncias sobre a conduta dos GCMs devem ser encaminhadas à Corregedoria Geral da Guarda Civil Metropolitana, pelos telefones: 3149-3804 e à Ouvidoria da GCM pelo telefone: 0800 – 7700263.