Arte na periferia

Sarau na periferia paulistana propõe democratização e resistência

Moradores da região do Campo Limpo ocupam a rua, espaço que já era deles, e organizam o sarau 'Da Ponte Pra Cá'

tvt/yt/reprodução

A organizadora, Thata Alves, limpa e decora o canteiro central para receber público e artistas

São Paulo – “Todos os saraus das periferias são espaços de resistência”. Assim define o programa Art é Arte!, da TVT. A abordagem do especial apresenta o sarau “Da Ponte Pra Cá”, que ocorre toda primeira segunda-feira do mês, na Rua Ivar Beckman, no Campo Limpo, zona sul da capital paulista.

A poucos metros da ponte que divide o município de São Paulo de Taboão da Serra, jovens resolveram se unir para ocupar o espaço em uma região carente de atividades culturais. O canteiro central da rua se tornou praça, e o local, outrora esquecido pelo poder público, hoje abriga vida artística na região.

A ausência da força policial é destacada pela produtora cultural e organizadora do sarau, Thata Alves. “Desde o início nunca houve. Nem para que eles confrontassem com o que acontece, nem para que assegurassem algo, que seria o papel deles”, diz.

A organizadora limpa e decora a praça, posicionando lá uma bancada com livros para serem doados. Os transeuntes a caminho de casa após o trabalho podem escolher seus livros com a ideia de após absorvido, repassar para outros leitores em potencial.

Para Bianca Luna, fotógrafa e socióloga, que expõe ali suas fotos, eles contribuem para a democratização de um segregado espaço urbano. A socióloga trabalhou em sua tese de mestrado com o tema dos saraus em periferias, e explica: “A partir de depoimentos e coleta de dados verifiquei que é necessário mais saraus para maior democratização”.

Assista o programa completo da TVT:

Parte 1 Parte 2 Parte 3