Sarau na periferia paulistana propõe democratização e resistência
Moradores da região do Campo Limpo ocupam a rua, espaço que já era deles, e organizam o sarau 'Da Ponte Pra Cá'
Publicado 18/10/2015 - 11h25
São Paulo – “Todos os saraus das periferias são espaços de resistência”. Assim define o programa Art é Arte!, da TVT. A abordagem do especial apresenta o sarau “Da Ponte Pra Cá”, que ocorre toda primeira segunda-feira do mês, na Rua Ivar Beckman, no Campo Limpo, zona sul da capital paulista.
A poucos metros da ponte que divide o município de São Paulo de Taboão da Serra, jovens resolveram se unir para ocupar o espaço em uma região carente de atividades culturais. O canteiro central da rua se tornou praça, e o local, outrora esquecido pelo poder público, hoje abriga vida artística na região.
A ausência da força policial é destacada pela produtora cultural e organizadora do sarau, Thata Alves. “Desde o início nunca houve. Nem para que eles confrontassem com o que acontece, nem para que assegurassem algo, que seria o papel deles”, diz.
A organizadora limpa e decora a praça, posicionando lá uma bancada com livros para serem doados. Os transeuntes a caminho de casa após o trabalho podem escolher seus livros com a ideia de após absorvido, repassar para outros leitores em potencial.
Para Bianca Luna, fotógrafa e socióloga, que expõe ali suas fotos, eles contribuem para a democratização de um segregado espaço urbano. A socióloga trabalhou em sua tese de mestrado com o tema dos saraus em periferias, e explica: “A partir de depoimentos e coleta de dados verifiquei que é necessário mais saraus para maior democratização”.
Assista o programa completo da TVT:
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