desmatamento

Sabesp planeja retirar água de ribeirão em mata preservada

De acordo com de saneamento, a água do ribeirão será bombeada para o reservatório de Biritiba Mirim e entra no sistema produtor de águas do Alto Tietê

Reprodução/TVT

Na região vivem mais de 400 espécies de aves e 42 mamíferos, sendo 18 ameaçados de extinção

São Paulo – Em mais uma tentativa de responder à falta de planejamento que levou São Paulo à crise hídrica e ao desabastecimento, a Sabesp anunciou um projeto para retirar água do ribeirão Sertãozinho, um afluente do rio Itapanhaú, área preservada da região do Alto Tietê. O desmatamento previsto para a obra é equivalente a 20 campos de futebol a um custo de R$ 160 milhões.

De acordo com a Sabesp, a água do ribeirão será bombeada para o reservatório de Biritiba Mirim – que tem 60% do seu território em área de proteção ambiental – para depois entrar no sistema produtor de águas do Alto Tietê, de onde será distribuída para a região metropolitana de São Paulo.

Em entrevista à repórter da TVT Sandra Paulino,  a integrante da ONG Biobrás Nadja Soares afirma que a obra vai gerar consequências a fauna local. “É um impacto dentro de uma reserva onde a flora e os animais estão acostumados ao ambiente, então o primeiro impacto dentro desse ambiente vai levar a uma dispersão dos animais.”

O estudo da Sabesp reconheceu que na região vivem mais de 400 espécies de aves e 42 mamíferos, sendo 18 ameaçados de extinção.

A bióloga alerta que a retirada de água de nascentes não vai resolver o problema. “Nós precisamos aprender a reutilizar a água, a captar água da chuva, a não impermeabilizar o solo, ou seja, precisamos realizar várias ações, entre elas, recuperar as nascentes e, em última instância, fazer a captação de água de um manancial preservado.”

O vereador Marcelo Melo (PR) ressalta que a obra também levará impacto à outra região. “Eles vão olhar para a metrópole, mas se você não cuidar da nascente que é em Salesópolis, vai secar. O problema é muito maior.”

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