Rio Negro atinge maior nível da história em Manaus

Mais 25 famílias devem ser removidas para abrigos da prefeitura até esta quinta-feira e a Zona Sul da cidade continua alagada

Vista áerea da região de Anamã (Foto: Divulgação)

As águas do Rio Negro subiram mais dois centímetros nesta quarta-feira (24) e igualaram a maior marca já registrada em Manaus, de 29,69 metros. Como a água segue em elevação, trata-se da maior enchente da história da cidade. Toda a Zona Sul e parte do centro estão alagados, com a previsão de remover mais 25 famílias até quinta (25), chegando a um total de 54 em abrigos da prefeitura.

Mais de 16 mil pessoas permanecem nas próprias casas graças à construção de marombas, estruturas de madeira que permitem elevar o nível do chão de acordo com a necessidade. Dez quilômetros de pontes de madeira foram construídos para permitir a locomoção das pessoas.

A situação é agravada devido ao represamento dos 148 igarapés de Manaus pelo Rio Negro, que por sua vez é “empurrado” pelo Solimões. Parte das residências dos 11 bairros alagados viola leis ambientais e a prefeitura queixa-se da resistência de moradores em deixarem suas casas. O problema é que os habitantes temem não serem beneficiadas com novas moradias a serem construídas pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) se deixarem o local.

Procurada, a coordenação do Prosamim esclareceu que, para evitar problemas, basta que o morador peça à Defesa Civil municipal um atestado de que ele mora ali. Além disso, as obras não devem começar antes de agosto ou setembro e tudo o que ocorreu até agora foi o cadastramento de famílias que podem ser beneficiadas. 

A Secretaria Municipal de Saúde realiza um trabalho para prevenir a transmissão de doenças pela água contaminada, como a leptospirose. Em entrevista à Rede Brasil Atual, o secretário Francisco Deodato apontou que um dos grandes problemas é o acúmulo de lixo nas áreas de igarapés.