Pela paz

Religiosos promovem ato contra a violência em São Paulo nesta sexta

Segundo entidades, população de rua, negros, comunidade LGBT, imigrantes, egressos do sistema carcerário, encarcerados, jovens, mulheres e indígenas são as principais vítimas da violência no país

Eliseu Dias/Ag. Pará

Para ativista católico, religiões de matriz africana são vítimas de preconceito histórico contra os negros

São Paulo – Diversos movimentos religiosos – principalmente ligados às religiões cristã, judaica e de matriz africana – promovem hoje (6), em São Paulo, um ato político em favor da paz e “de urgência contra toda a forma de violência praticada pelo Estado e pelas religiões”.

O ato, previsto para começar às 17h, no Pátio do Colégio (região central), é um “grito em defesa das principais vítimas da violência hoje na sociedade brasileira”, segundo o movimento: população de rua, negros, comunidade LGBT, imigrantes, egressos do sistema carcerário, encarcerados, juventude – principalmente negra e periférica –, mulheres e indígenas.

Segundo Guto Godoy, do grupo de articulação das Comunidades Eclesiais de Base, as religiões de matriz africana merecem atenção especial, devido à perseguição sistemática e mesmo ataques físicos que têm sofrido. “Essas religiões são vítimas de uma cultura de violência muitas vezes disseminada por pessoas que nem sequer têm uma crença, mas mesmo assim tratam essas religiões como feitiçaria.”

Para o ativista católico, essa situação é decorrente também do preconceito histórico e cultural contra os negros. “A superação desse estado de coisas precisa de formação na fé de que nosso Deus é um deus da paz e, portanto, da justiça e do respeito.”

A inspiração do ato é o Dia do Espírito de Assis, comemorado em 27 de outubro, e se baseia na ideia de que a paz é fruto da justiça social. Em 1986 (declarado Ano Internacional da Paz pelas Nações Unidas), nessa data, representantes de inúmeras tradições religiosas se reuniram na cidade de Assis, na Itália, para a Jornada Mundial de Oração pela Paz.

Participam do ato a Pastoral Carcerária Nacional, Judeus Brasileiros Progressistas (Juprog), Católicas Pelo Direito de Decidir,  Pastoral da Juventude, Comunidades Eclesiais de Base (SP), Conselho Indigenista Missionário, entre outras.