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Protesto contra passagem no Rio acaba em conflito e 31 detidos

Confronto teria começado após repressão policial, segundo representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ

©Sandro Vox/Agência O Dia/Folhapress

Manifestante contra aumento da passagem de ônibus no Rio, durante ação policial para interromper o protesto

Rio de Janeiro – A Polícia Militar (PM) prendeu 31 pessoas no protesto no início da noite de ontem (10) no centro da capital fluminense contra o reajuste nas passagens dos ônibus urbanos, organizado nas redes sociais. No trajeto, os manifestantes carregavam uma faixa com os dizeres: “Desculpe o trânsito. Estamos lutando pelos seus direitos”.

A manifestação ocorria normalmente até a avenida Presidente Antônio Carlos, esquina com a rua Primeiro de Março, no centro da cidade. Em frente ao Tribunal de Justiça houve confronto com homens da Tropa de Choque da PM, e os militares, para controlar a situação, jogaram gás de pimenta e bombas de efeito moral contra as pessoas que participavam do ato.

A partir daí, começou uma confusão e corre-corre com os manifestantes seguindo pela rua Primeiro de Março em direção à avenida Presidente Vargas. Por medida de segurança, a Polícia Militar fechou ao tráfego na avenida Presidente Antônio Carlos, na altura da avenida Almirante Barroso, para evitar que ônibus e carros de passeio fossem depredados durante o protesto.

Como ontem foi dia de coleta de lixo na área central da cidade, os manifestantes espalharam lixo pelo meio da rua e chegaram a destruir parcialmente alguns pontos de ônibus no trajeto. A PM fechou também a avenida Presidente Vargas nos dois sentidos.

O protesto terminou pouco depois das 19h, mas homens da Tropa de Choque ficaram posicionados até duas horas depois, em todos os cruzamentos ao longo da Presidente Vargas para evitar novos protestos.

Todos os detidos foram levados para a 5ª Delegacia Policial, na Avenida Mem de Sá. André Barros, representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, que estava deixando o fórum na hora da manifestação, foi até a delegacia protestar pela forma violenta como a polícia agiu.

“A polícia de forma muito truculenta atacou os manifestantes com bomba de gás lacrimogênio, balas de borracha e aquelas pessoas se dispersaram, perderam o controle e o centro da cidade se transformou em uma praça de lutas. Agora, o que me deixou estarrecido é a polícia ter feito isso em frente ao fórum e atacou pessoas que não estavam na manifestação”.

Barros disse que a ação correta da Polícia Militar deveria ser acompanhar o movimento social para proteger as pessoas e é o que está previsto na Constituição Federal que diz “que todos podem reunir-se pacificamente sem armas em locais abertos ao público, independentemente de autorização”.

Dos detidos sete são menores de idade e apenas um deles permanecerá na delegacia, acusado de dano ao patrimônio público. O delegado Antônio Bonfim disse que ele só será liberado mediante pagamento de fiança.

São Paulo

Em São Paulo, os ativistas do Movimento Passe Livre voltam hoje (11) às ruas, em protesto marcado para as 17h na região da avenida Paulista. Será a terceira manifestação do grupo desde a semana passada.

Nos dois primeiros, houve problemas no trânsito e confronto com policiais militares, com pelo menos 30 feridos, segundo o movimento.