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Para estimular a diversidade cultural, professora cria bonequinhas negras e indígenas

A iniciativa é para que as crianças aprendam o valor da diferença e para que todas possam se ver representadas na imagem dos brinquedos

reprodução/TVT

‘É na brincadeira que a criança vivência papeis, constrói suas verdades e, sobretudo, constrói a sua identidade’

São Paulo – Ainda na fase do brincar, que também é a fase da formação da identidade social, as crianças devem ser estimuladas a respeito da diversidade racial e cultural. Contudo, maioria dos brinquedos não atenta para essa questão e não refletem a diversidade. Como uma criança negra ou indígena vai construir uma identidade positiva se não se vê representada nos brinquedos?

Foi para corrigir esse problema que uma professora de escola pública criou bonequinhas muito divertidas, negras e indígenas, com cor da pelo, traços e cabelos que refletem a diversidade.

“É na brincadeira que a criança vivência papeis, constrói suas verdades e, sobretudo, constrói a sua identidade. Daí a importância de um brinquedo em que ela se enxergue, que ela consiga se ver representada, para essa construção dessa identidade positiva de si”, afirma a criadora das bonecas, a educadora Cristiane Jaxuká, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT.

Cristiane é uma mistura de índios e negros, mas, quando criança, se via como branca. Nem os pais e nem escola estimularam o reconhecimento da diversidade étnico-cultural. É com as bonecas negras e indígenas que ela procura naturalizar nas crianças a noção de que as pessoas são diferentes, nas duas escolas em que leciona.

“Nos desenhos que ela assiste, enfim, em tudo que a bombardeia, está dizendo que ela não faz parte desse padrão de beleza. O prejudicial é quando a criança vai construindo essa identidade negativamente, onde rejeita a sua autoimagem”, diz Cristiane.

Grandes fabricantes também estão produzindo brinquedos que representam pessoas com deficiência e bonecas que simbolizam diversas raças. Mas isso ainda é insuficiente. Cristiane considera que os negros ainda são invisíveis em muitas atividades sociais, embora sejam vistos como consumidores.

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