Polícia Federal investiga atentado contra OAB do Rio de Janeiro

Segundo vice-presidente da entidade, Ronaldo Cramer, não é possível afirmar que explosão tenha relação com a Comissão da Verdade estadual

São Paulo – O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, Ronaldo Cramer, disse à RBA que não há provas e indícios que apontem para alguma relação entre a explosão de um artefato no prédio da entidade, ontem (7), e a Comissão da Verdade estadual.

Segundo Cramer, não foi uma “cabeça de nego” (rojão), mas um “artefato” ainda não identificado e mais potente que explodiu. ”Soubemos pela polícia que é mais do que uma ‘cabeça de nego’. Mas não podemos afirmar que tenha relação com a comissão da Verdade estadual”.

De acordo com o advogado, o que é possível afirmar é que houve uma “tentativa orquestrada de instalar o pânico na Ordem, pois no andar onde explodiu o artefato, e onde estavam outros dois artefatos, aconteceria uma sessão do Conselho da OAB-RJ com mais de 100 advogados”, diz. “O que podemos dizer é que houve uma tentativa de prejudicar o funcionamento da entidade”.

Cramer diz também que o caso está sendo investigado pela Polícia Federal, mas que o atentado “com certeza” não tem a ver com o recente processo eleitoral por que passou a Ordem. “O atentado pode ter sido porque nessa sessão julgaríamos dez processos de exclusão de advogados, pode ter sido por conta da Comissão da Verdade, mas não dá para falar”. 

Além da investigação da PF, a OAB instalou uma comissão interna para analisar a segurança do prédio e sugerir medidas para evitar acontecimentos como esse. “Mas não vamos colocar catracas ou sensores eletrônicos, fazer monitoramento de acesso, nada disso, porque o prédio da OAB é um prédio da cidadania. Instalaremos câmeras e outras medidas. Queremos que as pessoas continuem tendo acesso ao prédio, mas agora, mais do que nunca, adotaremos medidas de segurança”, explica Ronaldo Cramer.