Desastre

Petrópolis em calamidade: ao menos 108 mortos e 134 desaparecidos

Bombeiros e moradores buscam corpos sob a lama e escombros. “Tragédia histórica”, afirma governador. Previsão é de novas chuvas fortes nos próximos dias

@JoaoAlmirante2/Twitter
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Segundo o Climatempo, o volume de água acumulada em Petrópolis ,no período de seis horas, foi de 259 milímetros, um valor acima da média esperada para o mês, que seria de 238,2 milímetros

São Paulo – A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, decretou estado de calamidade por causa das fortes chuvas que ocorreram na tarde de terça-feira (15). O temporal causou inundações, enxurradas e deslizamentos. Ao menos 105 pessoas morreram, segundo o governador Claudio Castro (PL). De 101 corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal, 65 são de mulheres, 36 de homens – 13 são menores. Ao todo, 33 corpos foram identificados, oito deles de crianças. As notificações também dão conta de que há 134 desaparecidos, até as 15h desta quinta (17).

A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada sobre a cidade a qualquer momento. Mais de 400 bombeiros trabalham nas buscas aos desaparecidos. Também foi organizada uma força-tarefa da Polícia Civil, com 200 homens, entre peritos legistas, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia e servidores de cartórios.

Quem tiver parentes desaparecidos, a orientação da Defesa Civil é para que procurem uma delegacia. Em caso de emergências, o telefone da entidade, o 199, está disponível. Há áreas em que ainda não foi possível prestar socorro, devido à situação caótica da cidade.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram carros sendo arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos. Na região do Morro da Oficina, onde ocorreram desmoronamentos, crianças foram retiradas sujas de lama de uma escola, parcialmente destruída. Os bairros mais atingidos são Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora.

Coletiva

No fim da tarde dessa quarta, o governador falou sobre a situação. “Realmente, foram 240 milímetros em coisa de duas horas. Foi uma chuva altamente extraordinária. (…) São 89 áreas atingidas, com 26 deslizamentos. Mais de 180 moradores de áreas de risco estão sendo acolhidos”, disse Castro.

“As imagens são muito fortes e, provavelmente, vamos amanhecer com imagens tão ou mais fortes. É realmente uma tragédia grande. Cenas de guerra! Carros pendurados em postes! O que nós vimos é uma cena muito triste, cena praticamente de guerra”, descreveu o governador em entrevista ao canal GloboNews.

Petrópolis sob lama

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, moradores relatam que, após o temporal, as ruas de Petrópolis foram tomadas por muita lama, casas desmoronadas ou alagadas, ferro retorcido e carros amontoados e destruídos. Corpos vêm sendo retirados das ruas desde a madrugada. O bairro Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu outro bairro, o Morro da Oficina.

Segundo a Climatempo, o volume de água acumulada em Petrópolis no período de seis horas, foi de 259 milímetros, um valor acima da média esperada para todo o mês, que seria de 238,2 milímetros. Há também previsão de chuva nos próximos três dias, com possibilidade de ser forte amanhã (17) e na sexta.

Como ajudar

O Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis está arrecadando alimentos, cobertores, água potável, itens de higiene pessoal e de limpeza e roupas. As doações podem ser entregues na rua Monsenhor Bacelar, 400, centro. A doação pode ser feita também em dinheiro na conta do Banco do Brasil do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (agência 2885-1 e conta corrente 127599-2). O CNPJ é 27.219.757/0001-27.

A organização comunitária SOSerra também está recebendo doações via Pix (24) 99303-8885.

A Cáritas Arquidiocesana de Petrópolis está aceitando doações em dinheiro. A transferência pode ser feita para o Banco Bradesco (agência 0814-1 e conta corrente 48500-4).