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Em resposta à morte do Rio Doce, índios bloqueiam ferrovia da Vale

Tribo Krenak, que retirava seu sustento das águas do rio, exige que a empresa discuta sua recuperação e a distribuição de água potável para a comunidade

Reprodução/BBC Brasil

A tribo Krenak conta que vazamento dos rejeitos no Rio Doce significa a morte do ‘rio sagrado’

São Paulo – Em protesto contra a poluição no Rio Doce,  indígenas Krenak fecharam a estrada de ferro Vitória-Minas, utilizada pela Vale, sócia da Samarco, responsável pelo rompimento das barragens com rejeitos de mineração, no último dia 5, no distrito de Bento Ribeiro, em Mariana (MG). O acidente já é considerado o maior desastre ambiental da história do país.

Os índios vivem às margens do Rio Doce e exigem que a Vale discuta a recuperação do rio e a distribuição de água potável para a tribo. Segundo eles, caso as demandas não sejam atendidas, os trens continuarão parados na ferrovia.

Em entrevista à BBC Brasil, o líder da tribo, Geovani Krenak afirma que o rio era o principal meio para a sobrevivência da comunidade. “A mineradora estourou lá e a água desceu. Os peixes estão morrendo, não podemos mais usar o rio pra tomar banho ou pescar. O rio morreu pra nós.”

Em nota, a Vale disse que se compromete a relacionar-se com o povo Krenak, mas diz que o bloqueio da ferrovia prejudica a distribuição de água para as comunidades afetadas pelo rompimento da barragem.

Por danos ao meio ambiente, o governo federal junto ao Ibama, anunciou na última quinta-feira (12) a aplicação de cinco multas à Samarco que chegarão ao valor de R$ 250 milhões.

O rompimento das barragens resultou, até o momento, em 11 mortos. O desastre despejou rejeitos no Rio Doce, que abastece municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. O Ibama detectou alterações nos padrões de qualidade de água, descobertas alterações nos padrões de qualidade de água, o que pode resultar no corte de abastecimento de água em várias cidades.

Com informações da BBC Brasil