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Parceria com catadores amplia coleta seletiva de lixo em São Paulo

Projeto Porta a Porta, implementado pelo prefeito Fernando Haddad com 1.500 catadores, recolhe material reciclável em 28 distritos onde não havia coleta seletiva

Fábio Arantes/SECOM

Segundo a Amlurb, antes do Porta a Porta, coleta era muito pequena. Depois, alcance na cidade é de 60%

São Paulo – “Antes a gente era marginalizado, não tínhamos vestes, não tinha nada para mostrar que nós seríamos catadores, quando a pessoa via a gente na rua com um saco tinha preconceito, e a prefeitura está valorizando nosso trabalho”, afirma Maximiano dos Santos, catador de uma das 16 cooperativas que integram a coleta seletiva porta a porta da prefeitura de São Paulo.

Em entrevista à repórter Vanessa Nakasato, da TVT, Maximiano lembra que durante seus 14 anos como catador só teve o trabalhado valorizado e respeitado após o projeto da prefeitura paulista, criado em fevereiro deste ano. O programa de coleta seletiva é realizado em parceria com cooperativas de catadores para ampliar a coleta de material reciclável nos 28 distritos onde não havia o recolhimento.

O projeto porta a porta foi implementado pelo prefeito Fernando Haddad. Cerca de 1.500 catadores foram incluídos na ação. As cooperativas atuam em duas centrais mecanizadas de triagem, inauguradas em 2014, com capacidade de processamento de 500 toneladas por dia. A renda proporcionada pela venda da produção das centrais é revertida para o Fundo Municipal de Coleta Seletiva, Logística Reversa e Inclusão de Catadores.

Nos anos anteriores, a coleta seletiva na cidade era feita apenas por duas empresas que também recolhiam o lixo comum, e não acontecia de forma regular. “Não tínhamos uma coleta, ou tínhamos, mas a coleta era muito pequena e, hoje, com eles contratados, estão diretamente dedicados a isso. Então, a gente percebe uma performance muito boa tendo um alcance de 60%”, afirma Samuel de Oliveira, diretor de planejamento e desenvolvimento da Amlurb, órgão que gerencia a limpeza urbana em São Paulo.

Segundo Samuel, o projeto trouxe benefícios ambientais e sociais. “A gente deixa de enviar para o aterro e segregamos, reaproveitando os materiais. Você dá mais oportunidades, cria postos de trabalho, fomenta a economia solidária, então, é inclusão social de pessoas.”

“A prefeitura contrata a cooperativa pelo fornecimento da mão de obra desses cooperados, a prefeitura fornece também o equipamento, que é o caminhão com o motorista e uma quilometragem livre para o atendimento desse território”, explica o diretor de planejamento da Amlurb.

Os catadores recolhem porta a porta os chamados resíduos secos, que incluem papel, vidro, latas e plástico. Os resíduos sólidos são separados dos úmidos e os recicláveis com restos de alimentos devem ser enxugados para não contaminar outros materiais. Além da coleta, os catadores também orientam a população sobre como fazer a separação dos materiais e a importância da reciclagem. “Nós fizemos uma conscientização com eles, a gente passa nas ruas, damos panfletos”, diz Maximiano.

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