ONU pede o fim da discriminação contra homossexuais

São Paulo – O diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Michel Sidibé pediu nesta segunda-feira (17), Dia Internacional Contra a Homofobia, que os governos se empenhem […]

São Paulo – O diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Michel Sidibé pediu nesta segunda-feira (17), Dia Internacional Contra a Homofobia, que os governos se empenhem para evitar o preconceito e a discriminação. Segundo ele, dos 192 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), 85 deles ainda mantêm leis que criminalizam o comportamento.

Para Sidibé a homofobia é considerada um dos principais obstáculos à implementação de estratégias de prevenção do vírus HIV. “Apelo a todos os governos para que tomem medidas que eliminem o estigma e a discriminação enfrentados pelos homens que fazem sexo com homens, lésbicas e transgêneros. Os governos também devem criar ambientes sociais e legais que assegurem o respeito pelos direitos humanos e permitir o acesso universal à prevenção, tratamento, cuidados e apoio”, disse Sidibé.

Segundo o representante da ONU, a discriminação impede que os homossexuais masculinos revelem sua verdadeira orientação sexual e que prestem informações aos serviços de combate ao HIV/aids. “A homofobia é parte significativa da epidemia de HIV [aids] em todas as regiões do mundo. Apenas um em cada dez [homossexuais e transgêneros] tem acesso a serviços de prevenção do vírus”, disse o diretor executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

De acordo com a Unaids, em 17 de maio de 1990, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID) estabelecendo que a orientação sexual (heterossexual, bissexual ou homossexual) deixaria de ser “considerada como uma desordem”. Por isso, o Dia Internacional contra a Homofobia é comemorado em 17 de maio.

Marcha contra Homofobia em Brasília

Como parte das atividades do Dia Internacional de Combate à Homofobia, na quarta-feira (19), a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) promove a 1ª Marcha Nacional Contra a Homofobia.

Segundo Toni Reis, presidente da ABGLT, cerca de 1,5 mil pessoas já estão em Brasília para a marcha. “Quantidade nós já temos nas paradas que são homenagens ao orgulho gay, são dias de festa. Já o 17 de maio é um dia de denúncia da violência que estamos [homossexuais] sofrendo no Brasil e no mundo”, completou Reis.

A concentração para a marcha será na Catedral, a partir das 9h. Os manifestantes vão percorrer a Esplanada dos Ministérios.

As principais reivindicações referem-se à aprovação de projetos pelo Congresso Nacional que garantem direitos da população LGBT e criminalizam a homofobia e a celeridade no julgamentos das ações que tratam da união estável entre casais do mesmo sexo e o direito ao uso do nome social por travestis e transexuais que tramitam no Supremo Tribunal Federal.

Com informações da Agência Brasil