Corte de gastos

Mulheres fazem novo protesto em Diadema pela Casa Beth Lobo

Aproximadamente 100 manifestantes protestaram contra mudanças no serviço de proteção à mulher em situação de vulnerabilidade

Rodrigo Pinto/ABCD Maior

Cerca de100 manifestantes protestaram contra mudanças no serviço de proteção à mulher em situação vulnerável

São Paulo – A possível redução do serviço prestado à mulher em situação de vulnerabilidade pela Casa Beth Lobo, em Diadema, no ABC Paulista, tem provocado uma onda de protestos por parte dos movimentos de luta pelos direitos das mulheres no município. Nesta quarta-feira (), dois protestos foram organizados para defender a permanência do serviço nos moldes atuais da Casa.

Pela manhã, movimentos sociais se reuniram em frente à Casa, no centro de Diadema, e cobraram da Prefeitura recuo na proposta de fundir o serviço ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Em ato simbólico, os manifestantes deram um abraço na Casa, que desde 1991 atende mulheres vítimas de violência.

Durante a tarde, os manifestantes seguiram para a Câmara de Diadema, onde ocorria a sessão legislativa. De acordo com a coordenadora do fórum de Promotoras Legais Márcia Regina Silveira as manifestações também tiveram como pauta outras críticas, como a redução no horário do atendimento das creches na cidade.

“As mulheres sofrem uma série de perdas nesta administração (do prefeito Lauro Michels – PV). Muitas estão perdendo até mesmo o emprego para poder cuidar das crianças que agora não permanecem pelo mesmo período nas creches”, ressaltou Márcia.

Na tribuna, a feminista Marta Baião, uma das fundadoras da Casa há 24 anos, questionou a proposta de reduzir o equipamento. “A quem interessa desmontar uma política pública que protege as mulheres? O sistema patriarcal passou 20 séculos roubando nossa dignidade. Doze mulheres ainda são mortas por dia (no Brasil),vítimas de violência e seus agressores permanecem impunes; a Prefeitura não pode alegar falta de demanda”, ponderou. A administração alega que a mudança deve ocorrer por corte de custos.

Ex-integrante da Casa, Neusa Ferreira destacou a importância do serviço. “Mudou minha vida. Sofri violência, procurei o serviço e nunca mais permiti que aquilo ocorresse. Se venci, outras mulheres também precisam saber que têm essa possibilidade”.

Outras questões, como a redução no horário do funcionamento das creches e o fechamento da UTI infantil de Diadema também foram alvo de críticas nos protestos desta quarta-feira.