Três etnias indígenas estão ameaçadas de extinção no Mato Grosso do Sul
Os índios possuem as maiores taxas de mortalidade infantil e homicídios, além de um alto índice de suicídios (Foto: ABr) São Paulo – O Ministério Público Federal em Mato Grosso […]
Publicado 19/04/2012 - 11h51
Os índios possuem as maiores taxas de mortalidade infantil e homicídios, além de um alto índice de suicídios (Foto: ABr)
São Paulo – O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) lança nesta quinta (19) a terceira edição da revista Tekoha, publicação digital em comemoração ao Dia do Índio. Nessa edição, a revista apresenta a história, a cultura e a tradição de todas as sete etnias (kadiwéu, ofayé-xavante, guató, kinikinawa, terena, guarani e atikum) presentes no estado.
Com a maior taxa de mortalidade infantil do país (38 por mil nascimentos), taxa de homicídios quatro vezes maior que a média nacional e índice de suicídios de 85 por cem mil pessoas, os Guarani estão em estado de alerta.
O antropólogo Levi Marques Pereira afirma que o Brasil impôs um ocultamento da sociedade indígena ao negar-lhe o estatuto de sociedade organizada e com vínculos históricos a determinados territórios. Segundo ele, “construiu-se um ideário compartilhado por fazendeiros e funcionários do governo e, até hoje reproduzido, de que lugar de índio é na reserva, todos os que não residiam em reservas estavam ilegais”.
A publicação destaca o importante papel dos índios kadiwéu e terena ao lado dos soldados brasileiros na Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1879, e afirma que o apoio dos índios foi fundamental para garantir as atuais fronteiras do país. Ressalta ainda que a recompensa do governo brasileiro à luta dos índios no conflito foi o confinamento em minúsculas reservas e a expulsão de suas terras.
“A Justiça deveria localizar o lugar do índio na história e deveria ter em mente a coexistência de histórias, das quais a dos colonos pioneiros é apenas uma face da moeda. É isto, ou de nada valem as mudanças pós- Constituição de 1988”, afirma o antropólogo Marcos Homero Ferreira Lima.
Confira aqui a terceira edição da revista Tekoha.
Com informações do Ministério Público Federal/ MS