na rua

MPL chama Haddad e Alckmin para discutir tarifas do transporte coletivo

Movimento marcou novo ato para quinta-feira (28), às 17h, no Largo do Paissandu, de onde pretende se dirigir até a sede da prefeitura paulistana para encontrar os gestores públicos

Rovena Rosa/Agência Brasi

Movimento realiza hoje o quinto ato contra o aumento das tarifas e quer debater com gestores públicos

São Paulo – O Movimento Passe Livre (MPL) informou em coletiva de imprensa, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo na manhã de hoje (26), que convidou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), a “debater” o reajuste das tarifas do transporte coletivo na próxima quinta-feira (28), no final da tarde, em frente à prefeitura da capital paulista. O movimento marcou um novo ato para as 17h do mesmo dia, no Largo do Paissandu, de onde vai realizar uma marcha até a sede do governo municipal para encontrar os gestores públicos.

“Desde o dia 8 nós estamos nas ruas tentando pautar a tarifa, no entanto, o governador não se manifestou. A forma de manifestação dele é através da repressão e por isso a gente está convocando essa reunião com os dois representantes”, afirmou a militante do MPL Letícia Cardoso. Os documentos foram protocolados nas sedes dos governos municipal e estadual. “Não sabemos se o convite foi aceito. Mas o convite foi feito porque o próprio Haddad disse aos meios de comunicação que está aberto ao diálogo e o diálogo se coloca nas ruas mesmo”, completou Letícia.

O convite se dá poucos dias depois de Haddad afirmar ao portal El País que estava aberto ao diálogo. Na entrevista, o prefeito afirmou que o assunto do subsídio ao transporte coletivo interessa não só a ele como à todos da Frente Nacional de Prefeitos, da qual é vice-presidente. Disse defender uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que tramita no Congresso, que municipaliza parte da Cide, uma taxa sobre a gasolina e que hoje é arrecadado pelo governo federal (leia mais abaixo). A arrecadação desse tributo, segundo defende o prefeito, poderia subsidiar o transporte público nas cidades. “Não é razoável [o MPL] sentar para discutir essa PEC? Irmos juntos à Brasília?”, disse Haddad ao site.

Na entrevista, o prefeito dá a entender que é injustiçado pelo movimento, em razão de sua gestão ter a política de mobilidade como uma das prioridades. “Você tem alguém que está disposto a avançar. E ele vira seu principal inimigo? Qual é o sentido disso?”

Na manhã de ontem (25), ele e Alckmin foram hostilizados por militantes do Passe Livre na saída da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, após uma missa em comemoração ao aniversário da capital paulista. Uma garrafa de água chegou a ser arremessada em sua direção.

O MPL realiza hoje à tarde o quinto ato contra o aumento das tarifas do transporte coletivo, com concentração na Estação da Luz, região central da cidade. Ontem o movimento emitiu uma nota, dizendo que não vai divulgar o trajeto da manifestação, pois essa é uma decisão de quem organiza ou participa do ato e não do poder público. “Em uma interpretação absurda da Constituição, [a SSP] decidiu que tem o direito de determinar o trajeto a ser seguido por uma manifestação convocada por um movimento social”, diz nota do movimento.