Direitos

Motoristas e cobradores fazem greve parcial por emprego e contra corte de linhas por Covas

Trabalhadores do transporte coletivo na capital relatam " inúmeras tentativas" de dialogar com prefeito sobre redução da frota, que penaliza a população e promove desemprego

Nelson Antoine/Folhapress
Nelson Antoine/Folhapress
Protesto de motoristas e cobradores, na quinta-feira, antecipou mobilização do dia seguinte por qualidade do serviço à população e por manutenção de empregos no setor

Os ônibus do transporte urbano de São Paulo funcionam parcialmente na manhã desta sexta-feira (6). Os motoristas e cobradores de São Paulo paralisaram parcialmente as atividades já na quinta-feira. O protesto foi motivado pela recusa da prefeitura em negociar o corte de linhas e de frota de ônibus, anunciados pela gestão Bruno Covas (PSDB).

Conforme a secretaria municipal, o sistema de transporte público coletivo da capital paulista opera com 70% da frota de veículos para a faixa horária. Os trabalhadores do setor cumprem a determinação judicial expedida na noite de quinta-feira (5).

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo marcou protesto em frente à prefeitura para as 8h. Os motoristas estão orientados para levar os veículos para a região e, às 6h já haviam ônibus estacionados no Viaduto do Chá e em corredores de ônibus da região central.

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), a gestão Bruno Covas retirou 450 ônibus de circulação e até o final do ano o número deve aumentar para mil. Em nota divulgada também nesta quinta (5), o Sindmotoristas afirma que “amanhã, os veículos não sairão das garagens”.

Os motoristas afirmam que fizeram “inúmeras tentativas” de diálogo com o prefeito Bruno Covas (PSDB), mas não obtiveram sucesso. Já o prefeito alega que “não atua diretamente” com os motoristas. “A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias para que a população não saia prejudicada.”

Covas também determinou, em junho, a extinção da função de cobrador. A justificativa é que o custo de manutenção da função não compensa o número de tarifas pagas em dinheiro – cerca de 5% do total de passagens. “Várias cidades já modernizaram com a questão do fim do cobrador”, alega o prefeito.