Marin na CBF é ‘desconforto’ para todos, até para Dilma, diz Ivo Herzog

Filho de Vladimir Herzog protocolou ontem, na CBF, acompanhado dos deputados federais Romário (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB), petição que pede saída do presidente da entidade

Ivo Herzog, Romário e Jandira Feghali na frente da sede da CBF (Foto: Julio Cesar Guimarães/UOL/Folhapress)

São Paulo – O presidente do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, entregou ontem (1º) à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) petição pública com 55 mil assinaturas pedindo a saída de José Maria Marin da presidência da entidade. Ele afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual que existe um desconforto geral pela figura de Marin à frente da CBF, inclusive por parte da presidenta Dilma Rousseff (PT). 

O presidente da CBF é acusado pelo ativista de haver colaborado para a prisão de seu pai, o jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado em 1975 por agentes da ditadura (1964-1985). Os deputados federais Romário (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB), ambos do Rio de Janeiro, acompanharam Ivo em sua ida à CBF.

“Chegamos e pedimos para falar com algum dirigente da CBF, nos informaram que não tinha ninguém presente e que simplesmente deveríamos protocolar a entrega da petição, e foi o que fizemos”, contou. Ivo afirma que a figura de Marin à frente da CBF causa desconforto não só em entidades nacionais e internacionais, mas até na presidenta Dilma Rousseff, ex-militante da oposição à ditadura.

“Nossa presidente foi presa e torturada, e se sente extremamente desconfortável com a figura do José Maria Marin, tanto é verdade que até agora os dois não tiveram uma audiência. Ele tenta marcar com ela e não consegue, porque certamente Dilma não quer apertar a mão de um cara que apertava a mão das pessoas que a torturaram.”

Segundo Ivo, até a Fifa, entidade que comanda o futebol mundial, está incomodada com a presidência de Marin. “A única pessoa que se sente confortável é ele próprio.”