São Paulo – Depois de mais de dez anos ocupando um terreno, 340 famílias da comunidade do Galpão, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, estão apreensivas. Uma reintegração de posse pode retirar os moradores do terreno de uma fabrica abandonada, que foi ocupado por trabalhadores sem-teto. A área pertence agora à Secretaria da Fazenda do estado, e a reintegração de posse, que estava marcada para hoje (23), foi suspensa com o ganho das famílias na Justiça do direito de ocupar o local por mais quatro meses.

A comunidade possui cinco galpões, onde funcionava a empresa Produflex, do ramo da borracha. O vice-presidente da associação dos moradores do galpão, Sílvio Dias do Nascimento, ressalta as precárias condições sanitárias em que vivem as famílias no local. “Hoje temos aqui cerca de 340 famílias precisando de saneamento, a iluminação é precária, o prédio é muito antigo, então tem muitos buracos”, disse à TVT.

A moradora Suzaniele da Silva explica que sofre, muitas vezes, discriminação por morar na Comunidade Galpão, já que o local não é reconhecido como residência própria das famílias. “Quando precisamos marcar dentista, ou qualquer atendimento básico, somos discriminados por morar neste lugar.”

“O que os moradores do Galpão precisam é colocar a mão no bolso e mostrar documento de comprovante de endereço, que seja reconhecido como cidadão, e não como invasor. Se houver desocupação daqui, não sabemos como ficará a situação das famílias, as escolas das crianças”, diz Nascimento.

Segundo os moradores, a prefeitura de São Bernardo do Campo chegou a visitar a comunidade, e fez um levantamento das famílias que ocupam a área. Por telefone, a Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Regional do estado informou à TVT que está estudando, junto com a administração municipal, uma solução para as famílias.

Assista aqui à reportagem completa da TVT.