Resíduos sólidos

Lula diz a catadores que se mobilizem contra incineradores no lugar de lixões

Para ex-presidente, categoria deve brigar para que cidades criem programas de coleta seletiva, como manda a lei

Canoas (RS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (13) em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, que os catadores de material reciclável devem se mobilizar para impedir que as cidades instalem incineradores no lugar dos tradicionais lixões – que devem ser extintos até agosto de 2014, segundo as regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada por Lula em seu último ano de se governo.

A ideia é de que, no lugar dos lixões, as cidades criem programas de coleta seletiva para reaproveitar o material reciclável, o que traz benefícios ambientais e econômicos, além de manter os catadores em atividade.

“Mantenham posição firme. Qualquer decisão nesse sentido tem de ser tomada junto com vocês”, disse Lula, durante encontro da categoria no Rio Grande do Sul ao lado do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), e do prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT). O ex-presidente sugeriu ainda que os catadores plastifiquem a legislação e a preguem nos caminhões de lixo, para que as pessoas saibam sobre o programa nacional.

Como faz toda vez que se encontra com integrantes desse setor, Lula afirmou sentir-se orgulhoso do apoio dado aos catadores durante seu governo, o que garantiu, por exemplo que eles conseguissem um inédito financiamento do BNDES.

“Quando os vi ir até lá assinar contrato de R$ 200 milhões para financiamento de cooperativas e equipamentos, eu pensei que valeu a pena ser eleito presidene da República. Hoje, 22 estados possuem convênios para desenvolvimento de política com os catadores”, destacou.

Ele também chamou a atenção para a mudança nas condições de vida dos catadores. “O catador era a escória da humanidade, apesar de trabalhar algumas décadas com resíduos que a sociedade rejeita e contruibuir com a preservação ambiental. Muitos ainda vivem situação de miséria, porém o catador não é mais um cidadão marginal, é uma profissão que permite ter orgulho”.