em busca da paz

Fugidos da guerra, sírios tentam recomeço no Brasil

Reportagem da TVT conta a história de famílias que encontraram refúgio e perspectivas em Guarulhos, na Grande São Paulo. Sírios formam a maior comunidade estrangeira refugiada em solo brasileiro

reprodução/TVT

Refugiada conta que situação na Síria é ainda pior do que a retratada na imprensa internacional

São Paulo – Segundo dados do Comitê Nacional para Refugiados, (Conare), mais de 2.000 sírios já receberam o status de refugiado, no Brasil. Desde 2011, a Síria vive uma guerra civil, e os milhares que fogem da perseguição e da destruição encontram as portas fechadas em diversos países.

Reportagem de Sandra Paulino para o Seu Jornal, da TVT, conta a trajetória de duas famílias sírias que estão refugiadas em Guarulhos, na grande São Paulo. Mara Kamis e a família vieram para o Brasil há um ano e meio. Ela diz que a situação na Síria é ainda pior do que as informações divulgadas no mundo, e que os países da Europa e até os vizinhos árabes se negam a receber aqueles que fogem da guerra.

Para regularizar a documentação, os refugiados têm recebido auxílio da Cáritas brasileira, entidade ligada à Igreja Católica. Os sírios também buscam apoio para ajudar outras famílias a se refugiarem no Brasil. Mesmo com tantas dificuldades, eles mantém viva a esperança em busca da paz e de um recomeço.

A situação lá é muito ruim. Não tem água, não tem luz. Tem muitos problemas. Não se sabe quando tem bomba, não se sabe quando vai morrer”, conta Mara, que presta ajuda aos refugiados recém-chegados, encaminhando doações e na busca por emprego.

Hanan Osman também fugiu da Síria, com o marido e os dois filhos. Ela acredita que sua casa na Síria tenha sido destruída, em meio aos bombardeios. Para ela, o Brasil tem o custo de vida muito alto, mas é uma terra de oportunidades para os imigrantes. “Aqui é muito bom. Não tem guerra, tem casa. Lá, não tem casa, na Síria. É muito difícil.”

Sua filha Sana, de 5 anos, já frequenta a escola e se comunica muito bem em português. É no futuro dos filhos que Hanan pensa. “Aqui é muito bom para as crianças. Na Síria, não tem ajuda para as crianças.”