América Latina e Caribe

Ex-guerrilheiras contam memórias da luta contra as ditaduras

Seminário na região do ABC reuniu 13 mulheres que atuaram em grupos de guerrilha nos anos 1960, algumas delas ao lado do lendário Ernesto Che Guevara, como a boliviana Loyola Guzmán

Reprodução

Loyola: lutar para mudar a realidade de injustiça e opressão que havia em nossa sociedade

São Paulo – Uma história que quase não se conhece aconteceu há 50 anos, quando várias mulheres pegaram em armas para enfrentar as ditaduras na América Latina e no Caribe. Um seminário internacional em Santo André,  no ABC paulista, chamado “A Justa Rebeldia das Mulheres na América Latina e Caribe”, reuniu entre quinta-feira (2) e sábado (4) 13 dessas guerrilheiras para contar aos jovens como foi importante a participação feminina na luta pela democracia em 16 países.

A ex-guerrilheira boliviana Loyola Guzmán, hoje com 74 anos, conta que participou quando tinha 24 anos, na década de 1960, da guerrilha de Ñacahuazú, comandada por Ernesto Che Guevara na Bolívia em 1966-1967.

Militante do Exército de Libertação Nacional, Loyola lutou contra o golpe militar que derrubou o governo de Víctor Paz Estenssoro. Ela foi presa e exilada. Viu amigos e o marido morrerem em combate. “Junto ao Che havia muito combatentes bolivianos, peruanos, cubanos, argentinos que, apesar das diferentes nacionalidades, tinham o mesmo objetivo: lutar para mudar a realidade de injustiça e opressão que havia em nossa sociedade”.

“Nós precisamos ser honestos com a nossa juventude para que eles conheçam o quanto nos lutamos para chegar até aqui e por isso não podemos retroceder”, diz a secretária de Políticas para as Mulheres de Santo André, Silmara Conchão ao participar do seminário. As mulheres que participaram do seminário buscaram mostrar que os guerrilheiros lutavam por igualdade, democracia e direitos humanos, e não pertenciam a grupos criminosos como relatam alguns livros de História, com manipulação de dados e informações.

Confira a reportagem da TVT: