Chile discute lei antidiscriminação após homossexual ser morto por neonazistas

Daniel Zamudio foi espancado, torturado, mutilado e teve o corpo marcado com símbolos neonazistas (Foto: ONU Brasil) Brasília – A Câmara dos Deputados do Chile discute hoje (4) a proposta […]

Daniel Zamudio foi espancado, torturado, mutilado e teve o corpo marcado com símbolos neonazistas (Foto: ONU Brasil)

Brasília – A Câmara dos Deputados do Chile discute hoje (4) a proposta de lei antidiscriminação sexual, que fixa penas de prisão para punir a prática. A iniciativa atende a uma solicitação da ONU e foi motivada pela morte de um jovem homossexual por um grupo de neonazistas na capital chilena, Santiago, na semana passada. As autoridades do país foram cobradas a reagir. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, apelou aos parlamentares para apressarem os debates.

“Queremos uma sociedade mais tolerante. Por isso essa lei é importante. Tenho certeza de que [o projeto] será aprovado no Congresso”, disse Piñera. Porém, setores mais conservadores foram contrários à proposta, mas se tornaram mais flexíveis depois da morte do jovem, na semana passada.

O estudante Daniel Zamudio, de 24 anos, foi brutalmente espancado e morreu em 27 de março, depois de passar 25 dias em coma. Seu corpo foi mutilado de várias formas, marcado com pontas acesas de cigarros e marcado com símbolos neonazistas feitos com cacos de vidro e sangue

A morte de Zamudio provocou comoção internacional, acompanhada do pedido para que o país elaborasse leis específicas para coibir o avanço da violência contra homossexuais. “Lamentamos o ato violento e criminoso que tirou a vida deste jovem e pedimos ao congresso do Chile para passar uma lei contra a discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero, em plena conformidade com as normas internacionais de direitos humanos”, ressaltou o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Rubert Colville. 

O presidente do Movimento de Libertação Gay do Chile , Rolando Jiménez, destacou que devem ser lembradas as “responsabilidades políticas, éticas e morais no Chile”. Segundo ele, é necessário acabar com o estigma de que os homossexuais são “imorais, desviantes, pecaminosos e degenerados”.

O assassinato de Daniel Zamudio reflete a gravidade e prevalência da violência homofóbica no mundo, como destaca o recente relatório do ACNUDH (em espanhol).

Com reportagem de Renata Giraldi, da Agência Brasil (a partir de informações da agência estatal de notícias de Cuba, Prensa Latina, e da emissora multiestatal de televisão, Telesur) e informações da representação da ONU no Brasil