Encontro reúne 3 mil camponesas para debater autonomia e violência

Dentre as pautas estão a titularidade da terra e a licença maternidade de seis meses para trabalhadoras do campo (Foto: Antônio Cruz/ABr) São Paulo – Mulheres camponesas de 22 estados […]

Dentre as pautas estão a titularidade da terra e a licença maternidade de seis meses para trabalhadoras do campo (Foto: Antônio Cruz/ABr)

São Paulo – Mulheres camponesas de 22 estados brasileiros iniciaram hoje (18), no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade, em Brasília, o 1º Encontro Nacional de Mulheres Camponeses, com o objetivo de discutir políticas públicas e ações para combater a violência contra a mulher e formas de lhes garantir autonomia. De acordo com o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), organizador do encontro, são esperadas cerca de três mil mulheres, além de lideranças de movimentos sociais brasileiros e de outros países latino-americanos, autoridades nacionais e internacionais.

Na questão da autonomia, serão discutidos temas como geração de renda e a produção sustentável de alimentos. Também na pauta, a aceleração da reforma agrária e a titulação de terras, entre outras questões. As reivindicações serão entregues à presidenta Dilma Rousseff, que vai participar do encontro amanhã (19). Durante as noites serão realizadas atividades culturais.

Segundo a dirigente do MMC Tânia Chantel, a ideia do encontro surgiu da urgência de organizar as mulheres do campo para tomar a frente em suas lutas. “Reunir mulheres do campo de todo o Brasil para discutir e dialogar sobre temas tão importantes, como o projeto de agricultura camponesa que defendem, bem como o tema da violência que atinge muitas mulheres do campo, mas que não é visibilizada pela sociedade, pelas autoridades e pela mídia. Além disso, muitas políticas públicas não se efetivam na vida das camponesas”, afirma a dirigente.

O encontro será encerrado na quinta-feira (21), com uma marcha na Esplanada dos Ministérios. Durante os dias de evento, o pavilhão de exposições abrigará uma mostra de doces e produtos artesanais. O MMC, que é ligado à Via Campesina, realizou seu primeiro congresso em 2004, com a participação de 1.400 mulheres, onde se estabeleceu como movimento camponês, feminista e autônomo.