ânimos inflados

Ativista que teria furado boneco de Lula diz ser vítima de ódio contra pobres

Líder estudantil Manu Thomazielli afirma que teria sido linchada na sexta-feira (28), em confronto na frente da prefeitura de São Paulo se não tivesse recebido proteção da GCM

Reprodução/Facebook

Manu teve de trocar de número de celular para parar de receber ameaças de morte

São Paulo – A militante da União da Juventude Socialista (UJS), a líder estudantil Manu Thomazielli, apontada na sexta-feira (28) como autora do furo no boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário, enquanto o Movimento Brasil Melhor tentava erguer o balão em frente à prefeitura de São Paulo, no centro, afirmou hoje (31) que está sendo vítima de uma revolta contra as pessoas menos favorecidas da sociedade.

“O que eu digo é que eu estou sendo vítima de revoltados online, mas a revolta é contra um metalúrgico que chegou ao poder. O ódio não é contra mim, mas contra um projeto que pensa no povo; o ódio é contra pobre, contra negro, contra a mulher. Eu estou sendo vítima disso”, afirmou em entrevista à RBA.

Manu conta que sua conta no Facebook foi hackeada e teve de trocar de número de celular para parar de receber ameaças de morte. “O maior problema é que eu fui muito ameaçada, eu recebi milhares de mensagens no meu Facebook inbox e o meu celular no dia de ontem, quando eu mantinha meu número antigo, as pessoas me ligavam a cada segundo me ameaçando de morte”, disse.

Fotoarena/Folhapress
Manu foi citada como autora do furo no boneco inflável do ex-presidente Lula

 

O furo no boneco motivou o grupo proprietário a registrar boletim de ocorrência no 1º DP, na Liberdade, e Manu foi citada como autora. Ela entende, no entanto, que foi vítima de tentativa de linchamento. “Graças à GCM, que me tirou de lá, porque senão eu seria linchada. A GCM me escoltou no momento em que aconteceu a confusão. E as pessoas começaram a me xingar de tudo quanto é nome, de vagabunda, mas a GCM me encaminhou para o DP”, afirma.

O BO terá encaminhamento de processo caso os proprietários do boneco apresentem nota fiscal, para comprovar a propriedade. “Quando eu cheguei na delegacia, eu perguntei para o delegado: mas a vítima não sou eu? Porque para mim a vítima era eu, pois fui agredida e corri o risco de ser linchada. E o delegado disse que a vítima não era eu não.”

O Movimento Brasil Melhor inflou o boneco novamente ontem (30), na Avenida Paulista, mas para o ato, contratou seguranças particulares e contou com a proteção de grades, o que não impediu que houvesse conflitos com militantes favoráveis ao ex-presidente Lula.