Estudo aponta 1.776 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças em rodovias

Polícia Rodoviária Federal registra predomínio de vulnerabilidade em postos de alimentação e abastecimento

Neste ano 120 crianças e adolescentes foram retirados de condições vulneráveis (Foto: O Tempo/Folhapress)

São Paulo – O Brasil deixou de contar com 3.251 crianças ou adolescentes em situação de risco de exploração sexual nas estradas federais. O levantamento, realizado desde 2003, é fruto de uma parceria entre a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e recebe o nome de Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras.

De acordo com levantamento divulgado hoje (18), somente neste ano 120 crianças ou adolescentes foram retirados de condições vulneráveis. De 2005 – ano em que a PRF começou a detalhar os resultados – a 2012, a média é de aproximadamente 406 resgates por ano.

Desde o início de 2011 foram constatados 1.776 pontos vulneráveis. Entre 2009 e 2010 foram identificados 1.820. Desse total, 924 foram considerados pontos críticos, 478 de alto risco, 316 de médio risco e 102 avaliados como de baixo risco. Em 2011, constatou-se que 73 tornaram-se pontos de efetiva ocorrência e 179, pontos com indícios.

“Vale destacar que a variação nos registros pode refletir a migração, com interiorização de pontos para áreas fora da circunscrição da Polícia Rodoviária Federal”, diz uma outra parte do levantamento.

Nos primeiros meses do ano, os locais identificados como de maior vulnerabilidade foram pontos de alimentação: 1.112 em todo o país. Postos de combustível ficaram em segundo lugar, somando 806 pontos vulneráveis, segundo a PRF, que também rastreou indicadores de riscos em estabelecimentos comerciais (692) e de hospedagem (332).

O Nordeste registra a maior quantidade de casos no Brasil, com 47 confirmados e reprimidos pela polícia, e 73 indícios sem flagrante, somente em 2011. Somados os casos confirmados e os não confirmados, a região Norte ocupa a segunda posição, com 49 casos, seguida pelo Sudeste, com 45 casos, Sul, com 25, e Centro-Oeste, com 13.

“Os mapeamentos expõem a gravidade do problema e sensibilizam a sociedade civil, que, representada por grupos empresariais, também se mobiliza no enfrentamento da exploração”, diz um trecho do documento.