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Datafolha: um em cada quatro brasileiros diz não ter comida suficiente em casa

Quantidade de alimentos nos últimos meses foi insuficiente para 38% dos desempregados e 35% dos que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.424)

Leonardo de França/BDF
Leonardo de França/BDF

São Paulo – Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (29) aponta que 24% dos brasileiros não vêm tendo comida suficiente para alimentar suas famílias nos últimos meses. A maioria (63%) disse que a quantidade de comida foi suficiente nesse período. Por outro lado, 13% disseram que tiveram alimentos “mais do que suficiente”, ressaltando o quadro de desigualdade.

A insegurança alimentar atinge principalmente os mais pobres. Entre os que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.424) por mês, 35% disseram que a comida em casa não foi suficiente. Entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos (R$ 6.060), 13% também relataram a falta de alimentos. Até mesmo entre os mais ricos, que recebem de cinco a 10 mínimos (R$ 12.120), 6% também relataram escassez.

Entre os desempregados, 38% disseram que não tiveram comida suficiente. A insuficiência alimentar também atingiu 26% dos trabalhadores autônomos, 20% dos assalariados sem registro formal, bem como 28% dos desocupados que não estão à procura de emprego.

O Nordeste é a região mais atingida pela escassez de alimentos. Entre os nordestinos, 32% relataram que a quantidade de comida em casa foi insuficiente, contra 58% que disseram ter sido suficiente e 10%, mais que suficiente. Enquanto que nas regiões Sudeste e Norte/Centro-Oeste, 23% dos entrevistados apontaram dificuldades para se alimenar. No Sul, esse número cai para 18%.

Causas

A alta do preço dos alimentos e a queda na renda dos brasileiros. O preço da cesta básica em São Paulo, por exemplo, subiu 11,91% nos últimos 12 meses. Por outro lado, o país fechou o ano de 2021 com 7% de queda na renda, em função do aumento da informalidade. Trata-se do menor nível histórico de renda, com R$ 5,6 bilhões a menos em circulação na economia.

Os índices permanecem praticamente estáveis em relação aos levantamentos anteriores, variando na margem de erro. Em dezembro do ano passado, 26% dos entrevistados tinham menos alimentos do que o necessário. Anteriormente, em maio, eram 25%.


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