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MTST em Santo André faz protesto por remissão de IPTU

Prefeito Paulo Serra (PSDB) descumpriu acordo com moradores de dois projetos habitacionais

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Segundo o MTST, após reunião, as demandas apresentadas foram atendidas pela gestão municipal

São Paulo – Cerca de 600 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizaram manifestação no Paço de Santo André, cidade do Grande ABC paulista, nesta quinta-feira (1º). O movimento reivindicava a adoção de remissão de IPTU nos projetos habitacionais Pinheirinho e Santo Dias, além de incluir as famílias no cadastramento do Núcleo Adriático de Luta por Moradia, para serem atendidas pelo projeto Habitação de Interesse Social.

Segundo os moradores de Pinheirinho e Santo Dias, o prefeito Paulo Serra (PSDB) quebrou o acordo feito com os moradores. Como as residências foram entregues em março deste ano, as famílias pagariam o IPTU apenas em 2020. “Inicialmente, quando se começou o projeto para a construção das 910 unidades tinham falado que teria o perdão da dívida, mas quando entregaram não cumpriram o acordo”, explica Andréia Barbosa, coordenadora estadual do MTST, em entrevista à repórter Martha Raquel, da TVT.

Os manifestantes marcharam da Praça do Carmo até a prefeitura de Santo André, ambos na região central da cidade, onde uma comissão foi recebida pelo secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Paulo Alves. Segundo o MTST, as demandas foram atendidas pela gestão municipal. “As famílias, agora, têm a garantia de que serão cadastradas na nova lei aprovada por unanimidade no último mês de junho pela Câmara Municipal de Santo André. A Lei de Habitação de Interesse Social prevê a reserva de 20% das unidades construídas para entidades e movimentos sociais, como o MTST”, disse o movimento, em nota.

Cerca de 230 mil famílias precisam de moradias nas sete cidades do ABC paulista, de acordo com dados do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Em 2016, menos de três mil unidades foram entregues pelo poder público. “Nós temos o cadastro da habitação. Esses guerreiros que estão aqui não estão incluídos no cadastro habitacional. Isso é uma das reivindicações nossas. A segunda reivindicação é que se é se privilegie mais a periferia das cidades do ABC, porquê é lá onde está o trabalhador”, afirmou Anderson Dalécio, coordenador estadual do MTST.

Muitas famílias nem sequer conseguem se cadastrar nos programas de habitação. O motorista David Andrade Rimas, por exemplo, paga aluguel há quase 20 anos e vive diariamente o medo de parar na rua com a sua família. “A gente deixa de pagar uma conta de luz, acumula duas para juntar dinheiro e pagar o aluguel. Deixa até de comprar uma coisa boa para o filho e investir em aluguel”, lamentou.

 

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