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Resistência democrática pauta congresso da Central de Movimentos Populares

Entidade que participou da criação da Frente Brasil Popular em 2015 discute novos passos da organização para enfrentar estragos do golpe

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Encontro ocorre no momento em que o ex-presidente tem seu pedido de habeas corpus negado pelo STF

São Paulo – A Central de Movimentos Populares (CMP) abriu na tarde desta quarta-feira (4) seu 4º Congresso Nacional. Falas em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de críticas a todo o processo de seu julgamento, bem como a necessidade de resistência na luta política, deram o tom do evento. A CMP é uma das organizações populares que participou da criação da Frente Brasil Popular – em 2015, formada por dezenas de movimentos sociais.

“A CMP é coluna vertebral em todas as reuniões da frente, nas propostas, nas mobilizações e na construção da unidade da esquerda”, afirmou o secretário nacional de Movimentos Populares do PT, Ivan Alex.  

O encontro ocorre no momento em que o ex-presidente tem seu pedido de habeas corpus julgado e negado pelo Supremo Tribunal Federal. A dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Kelly Mafort observou o aspecto histórico da ocasião. “Se alguém resolvesse escrever uma crônica da data, essa crônica diria assim: em três lugares do país estiveram reunidos homens e mulheres trajados de vermelho. Uma trincheira em Brasília, outra em São Bernardo do Campo, no Sindicato dos Metalúrgicos, e uma trincheira de luta – com uma mesa representativa dos movimentos popular e sindical e da esquerda deste país – no 4º Congresso Nacional da CMP”, avaliou.

Vinte e três lideranças populares convidadas compuseram a mesa de abertura. Na oportunidade, todas reafirmaram a importância que a CMP assumiu nos últimos três anos na resistência ao processo de golpe em curso no país.

Durante o evento foi exibido um vídeo com imagens da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), em que conclama os movimentos que integram CMP a reafirmar compromisso com a democracia. “A luta popular é fundamental, e vocês têm um papel muito importante nesta resistência”, disse. Gleisi destacou ainda a retirada de direitos sofrida pelos trabalhadores e reforçou a importância da CMP para a sociedade. “Reabasteçam suas energias, fiquem muito firmes e fortes, porque teremos muita luta pela frente e tenho certeza que vocês não fogem da luta.”

A central é composta por movimentos populares urbanos de sem-tetos, saúde, educação, associações de bairros, entre outros. O congresso é realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, em Guararema (SP) e deve reunir 300 delegados de 15 estados.

Entre os principais temas do evento estão a relação dos partidos com os movimentos populares, a situação urbana do país e diretrizes para atuação dos movimentos para o próximo período, de resistência aos estragos causados pelo golpe, contra a retirada de direitos e em defesa da democracia. Para o coordenador estadual da CMP em São Paulo, Raimundo Bonfim, a decisão do STF desfavorável foi perigosa para a democracia. “A Constituição Federal reza que ninguém será preso antes do trânsito em julgado”, disse.

O Congresso terá seu encerramento no próximo sábado (7), com eleição de nova diretoria.

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Bonfim: resistência aos estragos causados pelo golpe, contra a retirada de direitos e em defesa da democracia

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