são paulo

ONG lança campanha para evitar que Doria limite atuação de Controladoria

Rede Minha Sampa propõe que paulistanos pressionem prefeito eleito a manter Controladoria Geral do Município, criada na gestão Haddad

Lula Marques/AGPT

Doria pretende levar a CGM para dentro da pasta de Negócios Jurídicos, reduzindo sua autonomia

São Paulo – A rede Minha Sampa lançou uma campanha para os paulistanos pressionarem o prefeito eleito da capital paulista, João Doria (PSDB), a não reduzir o poder e a independência da Controladoria Geral do Município (CGM), órgão de prevenção e combate à corrupção criado pelo prefeito Fernando Haddad (PT). Para a entidade, é preciso mostrar ao tucano que manter a Controladoria é um investimento, já que ela evita perdas e pode recuperar dinheiro desviado, além de ser uma resposta à exigência da população por mais transparência, apuração e investigação.

Em entrevista, após a eleição, Doria afirmou que a CGM passaria a ser um órgão subordinado à Secretaria de Negócios Jurídicos. A justificativa é a redução de gastos proposta pelo prefeito eleito. Com isso, a atuação ficaria sob controle do secretário da pasta. Hoje a Controladoria é um órgão independente, com orçamento próprio.

“São Paulo é uma cidade que sofre com a má qualidade dos serviços públicos que oferece. Nós queremos que os órgãos de combate à corrupção, como a CGM, sejam fortalecidos para que cada vez mais o dinheiro público seja investido no que realmente interessa, ao invés de cair no bolso dos políticos corruptos”, defende a Minha Sampa. Na página da entidade, é possível encaminhar um email a Doria, ao vice-prefeito eleito, Bruno Covas, ao secretário de Governo, Júlio Semeghini, e outros futuros membros da gestão.

Segundo dados da gestão Haddad, desde a sua criação em 2013, a CGM recuperou cerca de R$ 300 milhões desviados, ajudou a desbaratar esquemas de corrupção dentro do Executivo municipal e economizou cerca de R$ 50 milhões, por meio de auditorias e fiscalizações. “Esta é a prova de que o órgão é mais do que necessário para melhorar a gestão de São Paulo. É por isso que defendemos que a CGM seja fortalecida e não enfraquecida”, argumenta a Minha Sampa.

Especialistas no combate à corrupção são contrários às mudanças propostas por Doria. A Transparência Internacional manifestou “grande preocupação” com a ideia de retirar o status de secretaria da Controladoria. No final de 2014, a organização assinou um acordo de cooperação com a CGM para contribuir na formulação de políticas de transparência e combate à corrupção.

Já a Transparência Brasil considera que cortes de orçamento em um órgão de combate à corrupção é uma “medida antieconômica”, já que a Controladoria atua para inibir e descobrir irregularidades, evitando a perda ou recuperando dinheiro público.

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