com violência

PM do Paraná ataca famílias atingidas por barragem em Capanema

Batalhão de Choque da PM do Paraná, seguindo ordens do governador Beto Richa (PSDB), atacou famílias expulsas de suas casas por conta de construção de barragem; seis pessoas foram presas

Lunéia de Souza/MAB

Cerca de 800 famílias serão afetadas e terão de deixar suas casas, que serão destruídas para a obra

São Paulo – Cerca de 150 famílias atingidas pela barragem do Baixo Iguaçu, em Capanema, Paraná, foram atacadas por policiais militares na tarde de ontem (8). A ordem para o uso da violência contra os moradores que ocupavam o canteiro de obras do local partiu do governador do estado, Beto Richa (PSDB). Seis pessoas foram detidas e ao menos três foram feridas durante a reintegração de posse.

“Essas famílias já estão sofrendo com a saída das suas terras e merecem o mínimo de dignidade e respeito. Têm o direito de receber uma indenização justa e não podem ser tratadas com violência”, repudiou em nota a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Cerca de 800 famílias serão afetadas e terão de deixar suas casas, que serão destruídas para a obra.

Gleisi afirmou estar em contato com o Ministério de Minas e Energia para que tome as providências, assim como a Defensoria Pública, para que envie representante ao local. “A Comissão de Direitos Humanos do Senado também já foi avisada”, disse a senadora. Os moradores atacados estavam no local desde segunda-feira (5) para reivindicar negociação em relação às indenizações devidas. Para eles, o valor oferecido é inferior ao de mercado, impossibilitando a compra de uma nova moradia.

“Não vamos permitir violência para com as famílias. Denunciaremos também internacionalmente”, completou a senadora. De acordo com relatos, as forças policiais utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os impactos da usina devem ser sentidos ainda nos municípios de Nova Prata do Iguaçu, Capitão Leônidas Marques, Planalto e Realeza.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denunciou a ação da polícia pelas redes sociais. “A mando da empresa Neoenergia e da juíza Roseana Assumpção, o batalhão de choque da Polícia Militar do Paraná realizou um massacre sobre os atingidos da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, deixando vários feridos e hospitalizados, além da prisão de seis atingidos, reaplicando o abuso de autoridade e o método de violência sobre agricultores humildes e indefesos que estavam lutando por seus direitos”, afirma o MAB.

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