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Aumenta o uso do nome social em escolas públicas de São Paulo

Em 2015 foram 44, mas este ano já são 290 os pedidos de inclusão do nome social em seus documentos escolares

reprodução/TVT

Vitória da diversidade: Aluna trans conta que preconceito diminui com a adoção de nome social

São Paulo – No estado de São Paulo, cresce o número de alunos que pedem formalmente pela utilização do nome social nas escolas da rede pública. No ano passado foram 44 solicitações desse tipo. Em 2016 já somam 290 pedidos, segundo a Secretaria da Educação. Uma lei estadual, aprovada em 2015, garante a pessoas transgêneras, transexuais e travestis serem tratadas pelo nome escolhido, que deve constar na lista de chamada, no boletim e na carteirinha escolar.

Vitória Faria, que nasceu em um corpo de menino, mas se identifica como mulher, conta à repórter Sandra Paulino, para o Seu Jornal, da TVT, que desde criança sofre com preconceitos e enfrentou dificuldades na escola. “A diretora era muito agressiva, tinha muito preconceito. Por exemplo, se eu fosse de rímel, uma coisa básica, ela me chamava na diretoria, era advertência e suspensão, na certa”, conta a estudante, que se assumiu transgênero no ano passado.

Após transferência para uma nova escola, em Mogi das Cruzes, e incluída na nova lei, Vitória conta que a recepção foi bem diferente: “Na nova escola eles me respeitam muito. No primeiro dia, a diretoria me chamou e perguntou qual o nome social e qual banheiro eu queria usar. Ela me mostrou a lei, no papel, tudo bonitinho”, diz a estudante.

A vice-diretora da E.E. Professora Laurinda Cardoso Mello Freire, onde Vitória agora estuda, confirma os esforços na acolhida da menina. “Fomos sim, buscar informações a respeito de todo o respaldo legal para que ela se sentisse o mais integrada possível, de acordo com os direitos de qualquer cidadão”, afirma Elaine Baptista da Silva.

Para pessoas como Vitória, o apoio e aceitação fazem toda a diferença. “Me sinto muito mais motivada, muito mais protegida. Os professores me defendem se alguém faz alguma piadinha. Nessa escola ninguém faz, mas se alguém fizer, eu sei que eles vão me defender. Me dão um super apoio.”

A coordenadora pedagógica da unidade, Luana Muniz, revela que a experiência tem sido produtiva para toda a comunidade escolar e serve de modelo: “Todos nós aprendemos com isso: os alunos, os funcionários, os professores e, inclusive, a própria Vitória, que se sente tão acolhida aqui”.

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