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Transformação da Ceagesp em bairro avança com acordo entre Haddad e a União

Termo de Cooperação assinado ontem prevê mudança de local do entreposto e destinação da área para construção de moradias populares e comércio

Fábio Vieira/Código19/Folhapress

Nova Ceagesp deve permanecer no município de São Paulo, mas em local que melhore a capacidade de distribuição

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deu ontem (24), em Brasília, mais um passo para a instalação de um bairro planejado de uso misto na região da Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista. Ele assinou um acordo de cooperação técnica com os ministérios da Agricultura e do Planejamento para transferir a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) para outra região da cidade, provavelmente próxima ao Rodoanel. E assim liberar os 700 mil metros quadrados de área – equivalente a 70 campos de futebol – para construção de moradias e comércios no local.

“Nós queremos que ali seja um polo gerador de emprego e renda combinado com moradia de padrões diferentes. Ali na vizinhança tem áreas pobres que precisam ser absorvidas”, explicou Haddad. A proposta é que o bairro incorpore o modelo preconizado no Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, aprovado em junho do ano passado, com diferentes classes sociais, emprego e serviços públicos na mesma região.

A ideia de transferir a Ceagesp para próximo do Rodoanel e transformar o local em um bairro foi apresentada por Haddad em outubro do ano passado, como parte das ações do projeto Arco do Futuro, que pretende ampliar o adensamento habitacional da cidade e a oferta de empregos em torno dos eixos de mobilidade.

A proposta, no entanto, ainda depende de mudanças a serem feitas na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), que atualmente está passando por revisão na Câmara Municipal. É preciso que o zoneamento da região, atualmente uma Zona Predominantemente Industrial (ZPI), seja alterado para Zona Especial (ZOE). A previsão é que o novo texto da lei seja aprovado pelos vereadores até o final do ano.

Se a alteração for aprovada, a prefeitura e a União pretendem realizar os empreendimentos por meio de Parceria Público-Privada (PPP). A empresa parceira ficaria encarregada de construir as moradias populares e teria autorização para erguer torres comerciais e residenciais no local. A região tem fácil acesso às avenidas marginais e é atendida por duas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) e 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi).

No caso da nova sede da Ceagesp, a construtora poderá se tornar parceira do governo federal na exploração comercial do local. No entanto, ainda não há um estudo definitivo sobre a forma de operação.

A mudança de local do entreposto também visa a desafogar o tráfego na região, afetado principalmente pelo movimento de caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros. O entreposto recebe cerca de 14 mil veículos por dia, segundo a prefeitura.

A Ceagesp é a maior central de abastecimento da América Latina e movimento cerca de 250 mil toneladas de frutas, verduras, legumes, flores e pescados, diariamente. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que até junho do ano que vem o processo licitatório seja concluído. Daí serão mais 24 meses até a finalização da obra.

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