dia nacional de paralisação

Em São Paulo, movimentos sociais consideram ‘recado dado’ a governo e Congresso

Sindicatos falam em greve geral se projeto que legaliza terceirizações, aprovado na Câmara, não for alterado no Senado

Inácio Teixeira

Ato na Praça da República encerra manifestação em SP

São Paulo – Centrais sindicais e movimentos sociais esperam que as atividades de protesto durante todo o dia de hoje (29) – com travamento de avenidas e rodovias, ocupações, paralisações e manifestações –, faça com que o Congresso Nacional e o governo entendam o recado. “Os trabalhadores não podem ter seus direitos e empregos atacados para resolver a crise. Quem tem de pagar é o andar de cima”, disse o vice-presidente da CUT, Douglas Izzo, em ato na praça da República, centro de São Paulo.

As manifestações foram em defesa dos direitos sociais e da democracia e em protesto contra o projeto da terceirização, as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665 – a primeira muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte e a segunda dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro-desemprego. “Esperamos que essa movimentação sensibilize a presidenta Dilma e o Congresso”, afirmou Izzo.

O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Gabriel Simeone, comparou as mobilizações com uma luta contra a escravidão. “Cada ato de hoje foi uma trincheira. Mas épocas de grandes ataques também são tempos de grande aprendizado. Se acham que vão nos vencer saibam que estamos só começando”, afirmou.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Raul Amorim avaliou que o Congresso Nacional foi “privatizado”. Ele também denunciou a imprensa brasileira por sua atitude de “criminalizar as mobilizações dos trabalhadores, enquanto exalta manifestações golpistas”.

Aprovado na Câmara em abril, o PL 4.330 está tramitando no Senado, agora como PLC 30. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu uma tramitação sem atropelos e com muitos debates na Casa, sinalizando que regulamentar a terceirização não deve significar risco a direitos. O movimento sindical se prepara para uma greve geral caso o projeto que passou na Câmara, autorizando a terceirização de atividades-fim em todos os ramos, não seja modificado.

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