Repúdio

Dilma afirma que racismo é inadmissível e mancha futebol brasileiro

Presidenta presta solidariedade a árbitro e jogador alvos de discriminação, reitera que fará do Mundial um evento contra o preconceito e pede a líderes religiosos que gravem mensagens de repúdio

Felipe Oliveira/AGIF/Folhapress

Torcedor lamenta racismo durante partida neste fim de semana entre Vitória e Ceará

São Paulo – A presidenta Dilm Rousseff emitiu hoje (9) mensagem de repúdio aos episódios de racismo ocorridos esta semana no futebol brasileiro. “É inadmissível que o Brasil, a maior nação negra fora da África, conviva com cenas de racismo”, afirmou, por meio de uma série de mensagens no Twitter, prestando solidariedade às vítimas de preconceito. “O futebol brasileiro foi manchado pelas cenas de racismo contra o árbitro Márcio Chagas da Silva e o jogador Arouca.”

Chagas foi alvo de ofensas durante partida do campeonato gaúcho em Bento Gonçalves (RS). A torcida gritava “macaco” e dizia que o rapaz tinha de ser morto. Após o jogo entre Esportivo e Veranópolis, o carro do juiz foi encontrado com marcas de depredação e com duas bananas.

Arouca concedia entrevista após fazer um gol pelo Santos contra o Mogi Mirim, partida do Campeonato Paulista, quando também foi chamado de macaco. Depois do episódio, o atleta gravou um vídeo e publicou uma nota condenando os xingamentos racistas. “Tenho a pele negra, cabelo afro e visto o mesmo manto branco que vestia o rei [Pelé]. Carrego orgulho no peito e sou muito grato a Deus por tudo isso”, afirmou no vídeo, se referindo à sua careira e aos títulos conquistados.

A presidenta aproveitou o momento para recordar que pretende fazer do Mundial do Brasil, em junho e julho deste ano, um torneio voltado à construção da paz e ao combate ao racismo. “Estou convidando líderes religiosos do mundo a enviarem manifestações contra o racismo e pela paz”, escreveu, após informar que combinou ações com a Organização das Nações Unidas e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para lutar contra o preconceito. Durante audiência recente com o papa Francisco, no Vaticano, ela pediu que o líder da Igreja Católica envie uma mensagem antidiscriminação para ser exibida durante a Copa.

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