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Sem-teto pressionam Haddad para discutir projetos habitacionais no extremo sul

Manifestantes afirmam que prefeitura está arrastando agendamento de reunião há dois meses. Outros encontros com secretários não deram resultado

Mariana Topfstedt/Sigmapress/Folhapress

Em marcha nesta quarta-feira (13) pelo centro manifestantes reivindicavam reunião com o prefeito

São Paulo – Moradores de três ocupações na região do Grajaú, extremo sul de São Paulo, realizaram hoje (13) uma marcha pelas ruas do centro da capital reivindicando reunião com o prefeito Fernando Haddad (PT) para negociar projetos habitacionais. Cerca de 300 pessoas das ocupações Jardim da Luta, Recanto da Vitória e Jardim da União participaram do ato, que partiu do Largo do Paissandu até a Câmara dos Vereadores, na Rua Maria Paula.

Segundo a militante da Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo Carol Catini, os manifestantes receberam um telefonema da secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani, agendando o encontro para amanhã (14), às 11h. Por conta do compromisso não seguiram até a sede da prefeitura, no Viaduto do Chá. No entanto, a prefeitura informou que não há qualquer reunião marcada entre Haddad e movimentos sociais amanhã.

“A prefeitura vem arrastando o diálogo sobre as ocupações e a solução habitacional. As secretarias de Habitação e Relações Governamentais marcam reuniões, mas a coisa não avança. Há dois meses temos pedido uma reunião com o prefeito e viemos aqui exigi-la”, diz o militante Gustavo Moura.

Ocupações

As ações de ocupação no extremo sul de São Paulo se iniciaram em julho. Motivado pelo alto custo dos aluguéis, o movimento começou de maneira espontânea, com a ocupação de áreas públicas e privadas, nos bairros Jardim Lucélia, Jardim Gaivotas, Jardim Itajaí e Jardim Porto Velho.

Em um mês, havia dez ocupações na região. A subprefeita da Capela do Socorro, Cleide Pandolfi, ensaiou movimentos de diálogo com as famílias acampadas em áreas públicas, chegando a propor a apresentação de projetos habitacionais aos ocupantes.

Porém, as famílias começaram a ser sistematicamente despejadas, com relatos de violência na ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Foram ao menos oito despejos, seis deles na ocupação do Jardim Itajaí.

As famílias voltaram a ocupar os terrenos de onde foram despejadas. O terreno do Jardim Itajaí foi abandonado e as pessoas ocuparam um terreno da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU), no Jardim Varginha. Segundo a Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo, duas mil pessoas estão no local: 600 que saíram do Jardim Itajaí e outras 1.400 que se somaram depois.

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