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Jovem baleado durante protesto no Rio diz que não sabe origem dos tiros

No Rio e em São Paulo, 268 foram detidos durante atos do Dia do Professor. Vídeos mostram rapaz sendo preso por portar uma câmera e grupos abordados pela PM sem evidências de infração

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Hoje, manifestantes detidos na capital fluminense por “vandalismo” foram submetidos a corpo de delito

São Paulo – O jovem Rodrigo Gonçalves, de 18 anos, baleado nos dois antebraços durante a manifestação de ontem (15) no Rio de Janeiro, reiterou hoje não saber a origem dos disparos. O rapaz foi ouvido na Clínica São Vicente, na Gávea, pelo delegado Orlando Zaccone, titular do 15º Distrito Policial, oportunidade em que reforçou a versão de que não ouviu barulho de disparos e se deu conta dos ferimentos quando viu os braços sangrando, segundo o jornal O Globo.

Os atos da noite de ontem (15) pela educação no Rio de Janeiro e em São Paulo foram marcados pela repressão da Polícia Militar. Nas duas cidades, 268 manifestantes foram levados à delegacia para prestar depoimentos.

No Rio de Janeiro, 208 manifestantes foram detidos e levados para dez delegacias da cidade, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Destes, 39 continuam presos no 25º Distrito Policial, na zona norte da capital. Os militares ainda reprimiram integrantes da imprensa que registravam as cenas de truculência da PM. Em um dos vídeos, é possível ver um rapaz sendo preso por estar com uma câmera. Aos gritos de “cala a boca” dos policiais, Marcelo Cardoso pede para que eles não o agridam. “Para de me bater! Eu não estou fazendo nada!”. Apesar disso, ele foi detido e levado para a delegacia.

Em São Paulo, parte dos integrantes do ato se refugiaram da ação da PM em uma loja de departamentos próxima à Marginal Pinheiros, na zona oeste da capital. O local havia sido atacado momentos antes pelos Black Bloc. As vidraças foram destruídas e a polícia acusou os estudantes encontrados no local. O grupo foi cercado e detido sob a ação de gás lacrimogêneo. Os 60 manifestantes foram levados para o 14º DP, em Pinheiros, para averiguação e para prestarem esclarecimentos.

A cena foi registrada pela imprensa e mostra a truculência policial no momento da detenção dos jovens. Eles podem ser vistos deitados no chão, enquanto os militares os algemam. Todos os estudantes foram liberados nessa madrugada.

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