Escravidão

Uneafro realiza marcha neste sábado em São Paulo para lembrar ‘abolição inacabada’

Movimento negro considera que situação dos negros não mudou muito desde a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888

São Paulo – A Uneafro realiza hoje (11) uma marcha pelo centro de São Paulo para lembrar o 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea, que terminou oficialmente com a escravidão de negros no Brasil, em 1888.

A maioria dos movimentos negros do país, no entanto, considera o processo de abolição como inacabado. “Na verdade, se a gente compara o período pós-abolição com os nossos dias, pouco mudou”, afirma o coordenador da Uneafro, Douglas Belchior.

Os manifestantes irão se concentrar às 15h em frente ao Sindicato dos Químicos de São Paulo, na rua Tamandaré, 348, na Liberdade, e caminharão até a Praça da Sé, no centro.

“Dois terços da nossa história estivemos sob escravidão e esse último terço vivemos uma democracia recortada por duas ditaduras. E esse período de democracia que a gente viveu nos últimos 125 anos é de negação de direitos para a maioria do povo brasileiro, especialmente o povo negro”, considera Douglas. “A maioria dos indicadores sociais mostra isso”, afirma.

Dados do IBGE apontam que a média de anos de estudo de pessoas negras ou pardas com 10 anos ou mais de idade no Brasil é 7,5 anos, enquanto de pessoas brancas é de 9,3 anos. O rendimento médio mensal em salários mínimos era de 2,2 entre afrodescentes e 3,8 entre os brancos.

Os negros também são as principais vítimas de homicídios. Segundo o Mapa da Violência 2013, em 2010 morreram 88,4% mais pretos do que brancos e 156,3% mais pardos do que brancos no país.

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