Juventude cobra Dilma sobre marco regulatório das comunicações

Jovens da UNE, Ubes, CUT, Levante Popular e MST também levarão à presidenta, durante audiência em Brasília, reivindicações sobre educação, reforma agrária e reforma política, entre outras

Jovens levam à presidenta reivindicações da Marcha, que chegou ontem a Brasília (Foto: Antônio Cruz/ABr)

São Paulo – Jovens de 15 organizações vão se reunir na tarde de hoje (4) com a presidenta Dilma Rousseff para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular elaborado pela Frente Nacional pela Democratização dos Meios de Comunicação e cobrar o comprometimento dela quanto à regulamentação da mídia. Além disso, o grupo pretende entregar o manifesto da jornada de lutas da juventude brasileira, iniciada em 25 de março, e discutir suas pautas. O encontro ocorre às 15h no Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, o governo Dilma precisa demonstrar compromisso com o tema da Comunicação e não apenas defesas conceituais. 

“A gente sabe que não existe convicção hoje no governo federal para avançar na democratização da mídia. Queremos estabelecer um diálogo concreto. Vamos apresentar o projeto e pedir para convocar a segunda Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Então, se a presidenta pretende avançar como ela diz, não só nesse, mas em outros temas, ela precisa assumir compromissos”, explica.

Outros itens que a juventude pretende discutir na reunião são a destinação da verba dos royalties do petróleo e de 10% do Produto Interno Bruto para a educação, o enfrentamento à violência contra a juventude, em especial a negra, e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais com adequação do trabalho dos jovens. 

O grupo ainda pretende reforçar a necessidade de aprovação, e posterior regulamentação, do Estatuto da Juventude, que acabou não indo à votação no Senado ontem (3), mas deve ter requerimento de urgência aprovado hoje, o que possibilitaria sua votação na próxima semana. 

Há também três pontos que são mais amplos e dizem respeito a um conjunto da sociedade: reforma agrária, os processos da Comissão Nacional da Verdade e a reforma política, com ênfase no financiamento público de campanha.

Além da UNE, estarão representados a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), o Levante Popular da Juventude, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Estamos em um momento em que é necessário a juventude e os movimentos sociais pressionarem o governo no sentido de aprofundar mudanças. Essas são pautas emergenciais e estratégicas para o nosso projeto de país, que não podem ser empurradas com a barriga”, conclui Iliescu.

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