Grupo quer novo prefeito de São Paulo comprometido com acesso ao livro

Coletivo já debate compromisso pelo Plano Municipal do Livro e da Leitura com as assessorias de Haddad e Serra e pretende iniciar a implantação do projeto simultaneamente à nova gestão

São Paulo – Ativistas da educação e da cultura, reunidos no coletivo LiteraSampa, cobram dos candidatos a prefeito de São Paulo o compromisso de, se eleitos, criar as condições necessárias para a implantação do Plano Municipal do Livro e da Leitura (PMLL) para a capital paulista. Além de um termo de compromisso, a iniciativa convoca o apoio popular, por meio de uma petição eletrônica.

O formato dos dois documentos foi fechado na mais recente das constantes reuniões do grupo, realizada na noite da terça-feira (16). A ideia é obter do futuro prefeito que a cidade cumpra sua parte do Plano Nacional do Livro e da Leitura, instituído em 2006 em trabalho conjunto dos ministérios da Cultura e da Educação. O plano do governo federal prevê ações nos níveis estadual e municipal.

Ao comentar a iniciativa, a coordenadora do LiteraSampa, Isabel Santos Mayer, a Bel, disse que há tempos o coletivo vinha colecionando impressões negativas sobre a ausência de políticas públicas para estimular a leitura e a frequência às bibliotecas na maior capital do país.

“Cada vez que estávamos em um evento literário, como a Flip (em Parati-RJ) ou a Bienal do Livro (de São Paulo), ouvíamos o quanto era ‘absurdo’ que uma cidade como essa não tinha projetos que dessem visibilidade ao livro e que ampliasse o acesso ao livro e à leitura como agente da educação, da cultura e do desenvolvimento social da população. Então, um dia, percebemos que alguém tinha que começar e decidimos juntar as pessoas para desenvolver o projeto”, disse Bel. Os primeiros encontros sobre o tema ocorreram em 2010.

A especialista em pedagogia social prevê que as diretrizes para o plano estejam prontas no início de 2013, época em que o compromisso a ser assumido pelo próximo prefeito comece a ser cumprido – o coletivo está em contato com as assessorias de Fernando Haddad e José Serra para viabilizar a assinatura do termo.

Bel defende que a construção do PMLL seja o mais participativa possível, com todos os atores direta ou indiretamente interessados atuando no processo. Por isso foi lançada, entre outras iniciativas, a campanha on line para angariar assinaturas de apoio à criação e implementação do plano.

“Nós queremos unir o maior número possível de pessoas e de organizações em torno do projeto de fazer de São Paulo um polo de leitura literária”, frisou a coordenadora do LiteraSampa, que reúne instituições que mantêm bibliotecas comunitárias em pontos espalhados pela Grande São Paulo.

Clique aqui para assinar a petição.

Sem políticas

Bel sustenta que a discussão sobre desenvolvimento cultural e educacional em São Paulo deixou de considerar a importância do livro, do acesso à leitura e dos projetos comunitários, e que projetos como os Pontos de Cultura e a Virada Cultural, apesar de importantes, são insuficientes para cumprir as demandas da população.

“É necessário ampliar as possibilidades e instaurar o debate sobre o tema, com o envolvimento direto do poder público, aberto à participação popular para ampliar as políticas locais de educação e cultura da cidade”, afirmou.

Ela lembrou ainda que o estado de São Paulo também não deu continuidade às propostas do Plano Nacional do Livro e da Leitura. Por enquanto, só Mato Grosso do Sul elaborou sua política estadual sobre o tema.

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