Nordeste tem 5 das 10 cidades com maior vulnerabilidade de jovens à violência

Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública analisa o grau de vulnerabilidade à violência de jovens de 12 a 29 anos. Entre as dez cidades com maior exposição […]

Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública analisa o grau de vulnerabilidade à violência de jovens de 12 a 29 anos. Entre as dez cidades com maior exposição da juventude, nenhuma é capital de estado e cinco estão no Nordeste. O Sudeste tem dois municípios, e as regiões Sul e Norte têm uma cada. Foram analisadas as 266 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes.

O estudo reuniu indicadores em termos quantitativos e qualitativos e foi produzido a partir de convênio entre a ONG e o Ministério da Justiça. Junto dele, uma pesquisa encomendada ao Instituto Datafolha aponta que a maioria dos jovens brasileiros tem  baixo risco e histórico de convívio com a violência, mas quase um terço desse grupo ainda enxerga esse mal como parte do seu cotidiano.

“Fica cada vez mais clara a lógica de que somente com investimentos em segurança pública, com volume e geridos com eficiência, combinados com ações de integração social e cidadania é que se torna possível o enfrentamento da violência”, sustenta o presidente do Conselho de Administração do Fórum, Humberto Vianna.

Maior vulnerabilidade
  1. Itabuna (BA)
  2. Marabá (PA)
  3. Foz do Iguaçu (PR)
  4. Camaçari (BA)
  5. Governador Valadares (MG)
  6. Cabo de Santo Agostinho (PE)
  7. Jaboatão dos Guararapes (PE)
  8. Teixeira de Freitas (BA)
  9. Serra (ES)
  10. Linhares (ES)
Menor vulnerabilidade
 
  1. São Carlos (SP)
  2. São Caetano do Sul (SP)
  3. Franca (SP)
  4. Juiz de Fora (MG)
  5. Poços de Caldas (MG)
  6. Bento Gonçalves (RS)
  7. Divinópolis (MG)
  8. Bauru (SP)
  9. Jaraguá do Sul (SC)
  10. Petrópolis (RJ)

O índice de vulnerabilidade de jovens consiste em uma escala de 0 a 1, sendo que quanto mais baixo, menor a exposição. Foram levados em conta o número de homicídios, de mortes em acidentes de trânsito, frequência escolar e acesso a empregos e renda familiar.

O levantamento aponta que os municípios que menos investem em segurança pública são os que mais expõem seus jovens à violência. Na prática, constata-se que nas cidades onde a vulnerabilidade juvenil é muito alta a despesa realizada em segurança pública, em 2006, foi de R$ 3.764 por mil habitantes, enquanto os municípios com incidência baixa do índice aplicaram R$ 14.450 por mil habitantes.

O estudo sugere ainda que entre 19 a 24 anos há maior risco de perda de vidas por causa da violência. Nessa faixa, cinco jovens em cada 100 mil morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos no Brasil. Entre adolescentes de 12 a 18 anos, a estimativa é de 2,38 óbitos a cada cem mil antes de se completar 18 anos. Entre jovens adultos de 25 a 29 anos, a expectativa é que morram 3,73 jovens por cem mil antes dos 29.

A pesquisa identifica haver relação direta entre violência e participação no mercado de trabalho e escolaridade, uma vez que os jovens de 18 a 24 anos que não realizam funções remuneradas e não estudam formam o grupo no qual o índice de vulnerabilidade se apresenta em patamar mais elevado. O indicador também sustenta que moradores de favelas e outras formas de assentamentos precários são mais expostos à violência.

O Projeto Juventude foi desenvolvido a partir de um termo de parceria firmado entre o Ministério da Justiça (MJ), por meio do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), e o Fórum, organização não-governamental e apartidária focada no debate técnico envolvendo a área. Outros dados devem ser divulgados até junho de 2010.

O estudo concentrou-se em 13 Estados, definidos pelo Ministério da Justiça a partir da implementação, em cada localidade, de ações do Pronasci. O Instituto Sou da Paz, do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção ao Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud) e a Fundação Seade participaram da pesquisa.

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