Vanessa da Mata apresenta sucessos e lamenta fechamento de casas de show

Vanessa da Mata, durante apresentação em casa de espetáculos de São Paulo (©Stephan Solon/Via Funchal) Com cerca de quarenta minutos de atraso e durante em torno de duas horas, a […]

Vanessa da Mata, durante apresentação em casa de espetáculos de São Paulo (©Stephan Solon/Via Funchal)

Com cerca de quarenta minutos de atraso e durante em torno de duas horas, a cantora mato-grossense Vanessa da Mata se apresentou nesse sábado (20), na casa noturna Via Funchal, em São Paulo, quando relembrou grandes sucessos da carreira, em mais de vinte canções; fez uma interpretação emocionante de “Por Enquanto”, da Legião Urbana, a capela; e lamentou o fechamento de uma das mais tradicionais e importantes casas de show de São Paulo, o Palace (o último nome foi Citibank Hall), que será demolido, na opinião dela, para dar lugar a mais um prédio feio. Fez lembrar os versos de Caetano Veloso, em “Sampa”, a respeito da cidade que constrói e destrói coisas belas.

De blusa azul, saia rosa (encobrindo outra vermelha brilhosa, que seria mostrada ao longo do show) e enfeite no cabelo, Vanessa da Mata é acompanhada por cinco músicos, todos devidamente vestidos de preto, e começa a cantar “Vermelho”, do álbum “Sim”, de 2007, do qual também aparecem no repertório o sucesso “Boa Sorte / Good Night Good Luck” (que,em estúdio, contou com a participação de Ben Harper, e, no show, traz uma voz transformada metalicamente), “Fugiu com a novela”, “Baú” e “Amado”.

Mas o show foi dominado mesmo pelo álbum mais recente, “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, lançado em 2010. Ali estão as canções “Meu Aniversário”, “Moro Longe”, “As Palavras”, “Vê Se Fica Bem”, “O Tal Casal” e o sucesso “Te Amo”.

O primeiro momento de euforia foi quando Vanessa da Mata interpretou o sucesso “Não Me Deixe Só”, com a cantora agradecendo o público, o qual denominou como sendo uma presença carinhosa e amorosa, e contou que essa música foi composta no bairro paulistano Pinheiros e trata muito mais as fantasias do que a realidade de uma menina quase frágil. Depois ainda aparecem “Ainda bem” (quando fica emocionada e declara que é maravilhoso ver a canção se reverberar pelo público), “Ilegais” e uma versão do clássico romântico “A Lua e Eu”, de Cassiano.

Ainda antes do bis, Vanessa da Mata convida todos a se levantarem para dançar com ela “Bolsa de grife” e “Você vai me destruir” e o grande sucesso “Ai, ai, ai”. Após fazer um pequeno intervalo, ela retorna para continuar animando com a música paraense “Sinhá Pureza”, de Pinduca, e emendar com “Baú”, do álbum “Isso”. Ela volta a deixar o palco, anunciando que retornará sozinha, acompanhada de um violão, para cantar “Minha herança, uma flor” e terminar, a capela, com “Por Enquanto”, de Renato Russo. 

A sensação que fica é a de uma apresentação com grande variação da iluminação para uma ótima cantora, acompanhada de músicos bastante competentes, que interpreta lindas canções. Porém, a artista não consegue fazer um show empolgante, o qual é interrompido por muitos discursos inflamados, como a queixa contra o fechamento da casa noturna Palace, e conversas divertidas, como a menção ao Brasil vazio em função do último capítulo da telenovela “Avenida Brasil”. E fica a pergunta: por que ela levanta tanto os braços em praticamente todas as canções?

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