cuidados com a saúde

Perdas auditivas ocorrem com exposição a ruídos e predisposição genética

Diversos fatores podem causar o problema que tende a se agravar com a idade, segundo médico da Santa Casa de São Paulo

Segundo Quintanilha, existe um efeito cumulativo que provoca o problema de audição

São Paulo – Quem está exposto cotidianamente aos ruídos da cidade grande pode sofrer problemas de audição? A resposta é que há outros fatores, além da exposição, a serem considerados quanto aos problemas dessa ordem.

Segundo o médico otorrinolaringologista Fernando Quintanilha Ribeiro, professor adjunto da Santa Casa de São Paulo, onde é responsável pela pós-graduação em cirurgia, é preciso ter também uma predisposição genética para que a pessoa sofra uma perda auditiva.

“Primeiro tem um fator genético importante. Se duas pessoas trabalham em uma funilaria, por exemplo, por longo tempo, uma fica com perda de audição, com zumbido, com sintomas, e outra não. Há uma predisposição genética”, afirma, em entrevista ao jornalista Rodolpho Gamberini, do Planeta Azul.

Em segundo lugar, para causar o problema, o ruído tem que ter uma intensidade muito alta, explica o médico. “O ruído da cidade, de uma avenida, não é o bastante para causar uma perda auditiva. Mas de repente, eu estou na rua, uma moto estoura o motor do meu lado, ou uma buzina, e isso vai se somando, como gotas que vão enchendo o copo, e uma hora causa a perda”.

Existe um efeito cumulativo, e a idade também pode ser um fator que agrava o problema auditivo. “É difícil pegar perda de audição em jovens, mas já peguei com explosão. Em alguns casos, com o tratamento, recupera a audição, mas em casos crônicos é mais difícil”, afirma, referindo-se à exposição permanente ao ruído.

Então, é preciso que exista o fator genético, uma suscetibilidade ao problema, e em segundo lugar ter um contato frequente e  assíduo com o ruído de intensidade alta, normalmente no ambiente de trabalho. Esse problema chama-se Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair).

Confira a entrevista: