Jogo hoje no Mineirão

Nigéria deve ganhar, mas Taiti não está nem aí

A seleção do pequeno Taiti, campeão da Oceania, estreia em competições de porte enfrentando a Nigéria, às 16h, em Belo Horizonte

Peter Powell/EFE

Se der a lógica, o time do treinador Eddy Etaeta deve levar uma surra da Nigéria. Mas eles não ligam muito

Será realizado hoje (17) o jogo mais esperado da Copa das Confederações – pelo menos para 170 mil pessoas do mundo. Trata-se da população do pequeno Taiti, campeão da Oceania, que estreia em competições de porte enfrentando a Nigéria, às 16h, no Mineirão.

A maior zebra da competição é formada por 22 amadores, que trabalham como professores, operadores de telemarketing, funcionários públicos e, nas horas vagas, jogam bola. O único profissional é Marama Vahirua, que joga no pequeno Panthrakikos (isso mesmo), da Grécia.

Todos são voluntários na seleção e pela primeira vez recebem alguma coisa: a federação taitiana de futebol negociou a dispensa de todos de seus trabalhos por dois meses e está pagando o dobro do que ganham pelo período. O valor gira em torno de R$ 5 mil, quantia irrelevante para qualquer um dos jogadores que enfrentarão.

Candidato maior a saco de pancadas, o Taiti sabe que não tem chance de conseguir sequer um empatezinho. Mas os jogadores não parecem ligar muito. Estão mais preocupados em curtir o hotel de luxo e a possibilidade de jogar em alguns dos maiores estádios do Brasil e do mundo. No reconhecimento do gramado do Mineirão, neste domingo, todos tiraram fotos e o técnico Eddy Etaeta não escondeu a emoção.

“Estou abismado desde que cheguei neste enorme estádio. É uma coisa maravilhosa. Não tínhamos noção. Tudo é muito bom. Chega a ser estranho para nós, que não estamos acostumados com gramados da melhor qualidade e temos locais de jogos que cabem no máximo dez mil pessoas. Isso aqui é gigante, muito legal mesmo”, disse, segundo reportagem do site Terra.

Do outro lado da peleja, temos um time de futebol mais tradicional – e cheio de problemas. A delegação nigeriana chegou ao Brasil com dois dias de atraso por conta de uma ameaça de boicote dos jogadores. Com isso, a maior preocupação do técnico Stephen Keshi é o cansaço dos atletas.

A respeito do Taiti, Keshi foi respeitoso. “Eu não acho que há alguma seleção fraca nesse torneio, com todo respeito a todos. Se chegou aqui, precisa ser respeitada e o Taiti merece muito respeito por estar aqui. Nossa seleção chegou às 3h da manhã com muita fadiga, mas vamos tentar fazer algo. Vamos nos preparar contra o Taiti da mesma forma que contra Uruguai ou Espanha”. Sei, sei.