MP mineiro na toca de raposa do Senado

Zeze Perrella, suplente de senador, cartola do Cruzeiro e envolto em suspeitas (Foto: Lia de Paula/Agência Senado) O primeiro-suplente do falecido senador Itamar Franco, Zezé Perrella (PDT-MG), foi convocado para […]

Zeze Perrella, suplente de senador, cartola do Cruzeiro e envolto em suspeitas (Foto: Lia de Paula/Agência Senado)

O primeiro-suplente do falecido senador Itamar Franco, Zezé Perrella (PDT-MG), foi convocado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público (MP) de Minas Gerais sobre a sua evolução patrimonial. Além de outros crimes, ele ocultou do Fisco uma fazenda avaliada em R$ 60 milhões.

Conhecido empresário e cartola do futebol em Minas, tendo cumprido mandatos na Assembleia e na Câmara dos Deputados, Perrella declarou à Justiça Eleitoral patrimônio, além de modesto, encolhido, entre 2006 e 2010 – passando de R$ 724 mil para R$ 490 mil agora. (Leia aqui)

Perrella é investigado pelo MP por irregularidades envolvendo negociações de jogadores do Cruzeiro Esporte Clube, time do qual é presidente. O promotor Eduardo Nepomuceno, do Patrimônio Público, expediu uma notificação  de investigação em junho de 2011.  A Polícia Federal também apura o suplente por crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

E não ficam por aí as denúncias. A empresa de Perrella, a Stillus Alimentação, responsável pelas refeições dos detentos das penitenciárias mineiras, tinha um patrimônio de R$ 5,7 milhões em 2006 e passou para R$ 27,2 milhões em 2010. No início deste ano, a Secretaria de Defesa Social do governo do estado recebeu uma denúncia dando conta de que o subsecretário do sistema prisional e uma assessora técnica recebiam propina para favorecer a empresa dos Perrella nas licitações

Família

Nos escaninhos do Tribunal Regional Federal da 1ª Região repousa um inquérito em que os irmãos Perrella – Além de Zezé, Alvimar Alves da Costa, que também já foi presidente do Cruzeiro –  foram  indiciados por lavagem de dinheiro e evasão de divisas em transações envolvendo jogadores do clube.

E os “homens da lei”, que deveriam investigar o enriquecimento ilícito, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, a  não declaração de uma fazenda de R$ 60 milhões, estão fazendo sabe o quê?…

Citando o jornal O Estado de S. Paulo “promotores e procuradores de Justiça de Minas Gerais e de 19 outros Estados promoveram um torneio de futebol em área cedida pelo senador e presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella (PDT-MG), alvo de investigações do próprio Ministério Público Estadual (MPE) de Minas e da Polícia Federal. O evento teve patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), cujo titular, Marcio Lacerda (PSB), também é alvo de pelo menos uma ação judicial promovida pelo MPE, além de investigações realizadas por promotores mineiros.

“O 10º Torneio Nacional de Futebol Society do Ministério Público, promovido pela Associação Mineira (Ammp) em parceria com a Associação Nacional (Conamp) do Ministério Público, foi realizado durante o feriado prolongado na Toca da Raposa I, antigo centro de treinamento do Cruzeiro, na região da Pampulha. O clube é presidido há anos por Perrella, que anunciou desistir de uma nova candidatura apenas depois que assumiu uma vaga no Senado no lugar de Itamar Franco (PPS-MG), morto em julho.

“Além dos campos de futebol cedidos pelo investigado, o torneio, para o qual era cobrada inscrição, recebeu recursos da Belotur, órgão de fomento ao turismo da prefeitura. O órgão cedeu R$ 10 mil a título de ‘auxílio financeiro’ para o evento, que não foi aberto ao público. Segundo o edital da Belotur, seriam patrocinados ‘eventos de potencial turístico’ na cidade.”