Mito Marilyn Monroe é humanizado em filme

Michelle Williams vive o mito Marilyn Monroe, em cena de filme que chega atrasado ao país (©Divulgação) Um dos maiores mitos da história do cinema, Marilyn Monroe, é flagrada em […]

Michelle Williams vive o mito Marilyn Monroe, em cena de filme que chega atrasado ao país (©Divulgação)

Um dos maiores mitos da história do cinema, Marilyn Monroe, é flagrada em sua intimidade, registrando a fragilidade de quem aparentava ter muitas dificuldades em lidar com os próprios sentimentos e com o fato irredutível de que a magia que sua imagem provocava na tela do cinema era espontânea e praticamente incontrolável.

O mestre britânico da representação, sir Lawrence Olivier, chegou a dizer que o que muitos atores passavam a vida almejando alcançar no cinema, Marilyn atingia sem aparentar qualquer esforço. Essa é uma das possíveis conclusões despertadas pelo excelente filme “Sete Dias com Marilyn”, dirigido por Simon Curtis, baseado no livro autobiográfico e de mesmo nome de Colin Clark e que estreia tardiamente nessa sexta-feira (27) nos cinemas brasileiros.

O enredo gira em torno de um jovem britânico, Colin Clark, de 23 anos, numa convincente interpretação de Eddie Redmayne, que sonha em frequentar os sets de filmagens e em fazer parte do mundo mágico do cinema, para desespero dos pais conservadores. Tanto insiste que acaba conseguindo se tornar terceiro assistente do filme “O Príncipe Encantado”, que reúne Marilyn Monroe e Laurence Olivier (numa interpretação bastante convincente de Kenneth Branagh).

Marilyn mostra ser uma pessoa frágil e, ao mesmo tempo, encantadora e apaixonante. Muitas vezes vista preconceituosamente como uma mulher vulgar, ela é capaz de conquistar todos os homens em função de seu charme e da tristeza que possui. Como afirmava o poeta Vinicius de Moraes, “Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora”. Talvez esteja aí o segredo do maior mito sexual de todos os tempos. Bastava entrar em cena para que todos os olhos se voltassem para ela.

Está certo que a jovem atriz Michelle Williams não tem o glamour e nem o charme de Marilyn Monroe. Ninguém tem. Porém, sem procurar imitar ou se aproximar do mito, a garota faz uma interpretação apaixonante e, por isso, extremamente convincente. Ela se entrega ao máximo à personagem e obtém um resultado sublime. Independentemente de prêmios, a atriz, indicada ao Oscar 2012, demonstra ter talento e esforço necessários para entrar no panteão das grandes estrelas de Hollywood.

“Sete Dias com Marilyn”, portanto, é um filme indispensável para quem deseja conhecer mais profundamente os meandros da indústria cinematográfica na década de 1950, e procurar compreender um pouco mais da magia que apenas um mito do cinema foi capaz de alcançar nas telas do cinema.

Que me perdoe Gilda, personagem de Rita Hayworth, mas nunca houve uma mulher como Marilyn Monroe.

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