Em julho, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,  anunciou a venda da praça Alfredo Di Cunto, no bairro da Mooca, zona leste. Além da praça, outro terreno no mesmo bairro, com cerca de 15 mil metros quadrados, foi incluído no negócio, avaliado pela Secretaria de Finanças em R$ 4,3 milhões. A justificativa do prefeito para a venda da praça pública para a iniciativa privada seria uma troca com os concessionários, que se comprometeram a construir creches na cidade. Durante a administração Marta Suplicy (2001-2004), o local funcionou como horta comunitária.

 Agora, Kassab quer vender terreno. Uma nota publicada nesta quarta-feira (7) na coluna Cotidiano, do jornal Folha de S. Paulo, revela que o prefeito do PSD quer mudar a lei de zoneamento da cidade para poder vender ao mercado imobiliário o terreno onde fica a Subprefeitura de Pinheiros, na zona oeste.

Pelo atual Plano Diretor, de 2002, o local, que fica numa das áreas mais valorizadas da capital, ao lado da marginal Pinheiros, deveria ser transformado num parque público de 31 mil metros quadrados. O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal em 2004, ainda na gestão Marta Suplicy (PT).

Com base nessa diretriz, o promotor José Carlos de Freitas entrou com uma ação judicial e obteve uma liminar que proíbe a venda do imóvel. Estima-se que o terreno valha cerca de R$ 200 milhões.

A gestão Kassab diz que a venda do imóvel servirá para aumentar as vagas em creches – há polêmica parecida também sobre um outro terreno – este no Itaim Bibi, na zona oeste -, onde funcionam hoje escolas, unidades de saúde, teatro e biblioteca.

Kassab pretende mudar a lei para retirar a exigência de criação de um parque em Pinheiros. Para isso, precisará de aprovação da Câmara. Para Freitas, é mais uma artimanha. “É uma maneira de burlar uma decisão judicial”, afirma.