Não, Diário, não… Não podiam ter pegado o Milton Ribeiro.

É que, logo que surgiram as suspeitas contra ele, eu disse: “Boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton.”

Como ele foi direto do Boqueirão pro camburão, agora só vejo meme da minha cara no meio de fogueira, dizendo que eu sou o Motoqueiro Fantasma e o escambau.

Tão lembrando que eu falei “sou responsável por tudo que acontece ou deixa de acontecer nos meus ministérios”, que eu disse “acabei com a Lava Jato porque não existe mais corrupção no governo” e o principal: que eu pedi 100 anos de sigilo sobre as reuniões do pastor Gilmar e do pastor Arilton no Palácio do Planalto. Por que eu ia pedir uma coisa dessas se não soubesse de nada? Hein, hein?

Bom, o que dá pra fazer é tentar tirar o meu da reta. Tanto que na primeira entrevista que eu dei depois da prisão do Milton, já falei que “se tiver algo de errado, ele vai responder; se for culpado, vai pagar.” Ou seja, já avisei que o cara vai ter que se virar sozinho. Ele não é meu filho, pô!

Olha, Diário, esse tal de Ministério da Educação só me deu dor de cabeça. O Vélez falou que os brasileiros roubavam coisas dos hotéis; o Weintraub defendeu prisão dos ministros do STF; e o Milton Ribeiro acabou em cana. Meu melhor ministro acabou sendo o Decotelli, aquele do currículo falso, que nem sentou na cadeira.

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Tenho que privatizar a educação de uma vez, pô. A educação e a Petrobras! A educação, a Petrobras e o governo inteiro! Só vou ficar com as Forças Armadas, porque elas me emprestam avião, cavalo e jet ski.

Agora, a grande meleca mesmo vai ser se conseguirem instaurar uma CPI do MEC. Aí eu tô ferrado de verde e amarelo. Vão investigar os pastores, tudo quanto é verba do FNDE, o kit robótica e até aquela licitação de quatro mil ônibus escolares com sobrepreço de R$ 200 mil em cada um.

É, Diário…, acho que quebrei a cara. Ou pior: queimei.

#diariodobolso

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