Diário do Bolso

Que pesadelo! Sonhei que um urso me atacou

Eu tava no jardim do Palácio, dando cloroquina pras emas, tranquilão, quando ele apareceu. Não era um urso marrom, tipo Zé Colmeia. Era vermelho!

Reprodução da Internet
Reprodução da Internet

Que pesadelo, Diário!

Sonhei que um urso me atacou.

Eu tava no jardim do Palácio, dando cloroquina pras emas, tranquilão, quando ele apareceu.

Não era um urso marrom, tipo Zé Colmeia. Era vermelho!

Mas o mais estranho é que ele tinha uma foice numa pata e um martelo na outra.

O ursão avançou na minha direção, rugindo e mostrando os dentes.

Eu tentei fugir, mas meus pés afundaram na lama. Atirei as pílulas de cloroquina no bicho, mas ele nem ligou.

Quando chegou bem perto, fiquei de joelhos e implorei: “Não me faça nada e eu te coloco no orçamento secreto. Não quer um trator? Um asfalto fajuto? Já sei: ouro! Tô vendo que você é um urso educado e educação vale ouro. Pode perguntar pros pastores do MEC.”

Ele rugiu e tentou cortar minha cabeça com a foice, mas eu me esquivei para a direita e escapei.

Nessa hora surgiu um pavão e começou a dar bicadas na perna do urso. Coitado…, o pavãozinho levou um chute tão forte que foi parar no lago Paranoá.

O urso riu tanto que sentou no chão, largou a foice e o martelo, e comeu uma bananinha e um chocolate com recheio de laranja. Depois deu um arroto enorme e disse: “Ahora verás lo que és bueno para la tos!”

Isso mesmo, Diário, o ursão falava espanhol. Vá entender…

Ele levantou o braço para me cravar a foice, mas, justo nessa hora, apareceram o Braga Neto, o Heleno e mais uns generais. Eu pensei: “Ufa!, chegou a cavalaria. Estou salvo”. Mas, em vez deles dispararem pistolas ou pelo menos uma garrucha, só o que fizeram foi atirar bolinhas de papel feitas de votos impressos. Um dos generais ainda atirou sua prótese peniana, mas nem isso adiantou.

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Fiz arminha com as duas mãos na direção do animal e gritei: “Parado aí, senão você vai se arrepen…”

Nem acabei a frase, porque com uma dentada ele comeu meus dois indicadores.

Entrelacei os dedos que sobraram e rezei: “Meu Jesus da goiabeira, protegei-me desta fera”. Mas Jesus, que estava no jardim trepado numa árvore, deu uma mordida numa goiaba vermelha e falou: “Meu chapa, quem você acha que mandou o urso?”

Aí o monstro abriu a bocarra para me engolir e eu acordei.

Puxa, Diário, que sonho maluco, não? O que será que ele quer dizer?

Torero

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