Diário, eu pensei que hoje ia escrever um texto muito triste, cheio de chuif, chuif, xingando as urnas eletrônicas e dizendo que o povo era um ingrato. Mas não. A desgraceira não foi tão grande quanto eu pensei que ia ser. Só que eu não tô contente, não. Eu queria era ter ganhado, pô. Ou, pelo menos, ter saído na frente. Tô fazendo campanha há quatro anos, tive a máquina a meu favor, despejei uma dinheirama por aí e o escambau. Mas mesmo assim fiquei cinco pontos atrás do Outro. Cinco pontos é uma diferença difícil de tirar. E, pelo que eu vi, o cearense de Pindamonhangaba e a Tablet vão ficar contra mim.

A minha vantagem é que eu vou ter um exército me ajudando.

Elegi um monte de senador, tipo:

– o galã Magno Malta, o Romário, sempre na banheira, o Seif, que é safo, o Astronauta lunático, a Tereza Menina Veneno, a Damares Goiaba e a dupla Moro & Mourão.

Fora uns deputados tipo:

– Pazuzu da Cloroquina, Ricardo Queimada Salles, Zambelli Mentirinha, Deltan Power Point, Dudu Cano Curto, Mário Bumbum Frias e Madame Moro do Pastel.

Leia também: O debate de ontem foi uma partida de futebol

Também teve uns parentes bacanas, tipo:

– o pai do Gabriel Monteiro, o irmão do Malafaia e a filha do Eduardo Cunha.

E uma penca de Delegado de Tal ou Sargento Sei lá O Quê.

Mas eu preferia que fosse o contrário. Preferia que eu tivesse os 5% a mais e dois presidenciáveis com 7% de votos pensando em me apoiar.

Ainda bem que tem quatro semanas pra tentar mudar isso daí. Tomara que a esquerdalha fique deprimida e não faça nada.

Outra coisa, as pesquisas erraram mais que cigana de quermesse. Quem chegou perto foi a nossa Paraná Pesquisas. Mas mesmo ela, que deu 47 x 40 pro Outro, acabou sendo modesta no meu resultado. É que a minha turma tem um pouco de vergonha de mim. Então, quando alguém diz que não vai votar em ninguém, o ninguém sou eu. 

Enfim, Diário, o país tá rachado. E de rachadinha a gente entende mais do que ninguém.

#diariodobolso