Diário do Bolso

Diário, estou em Roma para o encontro do G-20

Serão dois dias de trabalho e dois de passeio. Podia ser melhor, mas já dá para o gasto. Ainda mais que o gasto não é meu, kkk!

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR
Meu único compromisso ontem foi conversar com o presidente italiano, que é obrigado a receber todo mundo

O tema é “pessoas, planeta e prosperidade”. Então não sei o que estou fazendo aqui.

Meu único compromisso ontem foi conversar com o presidente italiano, que é obrigado a receber todo mundo. O nome dele é Sérgio Mussarela. Ou será que é Matarella? Tanto faz. Chamei de Serginho.

Lá na embaixada do Brasil, escapei pela porta dos fundos e fui dar volta com o Carluxo (que agora não é só vereador federal, é internacional!). Ele fez questão de passar numa salumeria (loja de salames) e também fomos na Fontana de Trevi. Quase joguei uma moeda. Mas preferi guardar pro Centrão.

Os encontros de hoje e de amanhã vão ser um saco. Vou ter que ficar fingindo que me interesso pelo que os caras falam.

Mas na segunda-feira melhora. Viajo para uma cidadezinha chamada Anguillara Veneta, que vai me homenagear porque um dos meus dezesseis trisavôs veio de lá. A prefeita vai me oferecer um almoço. Como aqui é a terra do macarrão, deve ser um miojo caprichado.

O nome dela é Alessandra Buoso, uma populista de direita. Ou seja, gente de bem. Mas aposto que vai ter engraçadinho dizendo que nós somos uma dupla de palhaços: Bozo e Buoso.

A cidadezinha tem só quatro mil habitantes, mas já tem um protesto marcado contra mim. E um grupo de ecologistas até atirou cocô e pixou a prefeitura.

A Buoso pediu a liberação de uma verba de EU$ 9.000 para me receber, mas o pessoal estrilou, só porque isso é metade do orçamento da cidade para atividades culturais. Mas o que é melhor, seis meses de frescuras ou um dia comigo?

Também estou pensando em visitar a basílica de Santo Antônio, porque é sempre bom dar uma de religioso. Mas os frades se negaram a me receber oficialmente. Disseram que, se eu quiser ir, tenho que ir como cidadão comum. Será que tem uma igreja do Edir Macedo por lá?

Bom, aí, no dia 2, vou até a cidade de Pistóia. Eu pensei que ela se chamava Pistola, por isso que eu quis conhecer. Mas parece que lá tem um monumento pros pracinhas brasileiros, então já vale a viagem, porque puxar saco dos militares sempre é útil.

Enfim, Diário, serão dois dias de trabalho e dois de passeio. Podia ser melhor, mas já dá para o gasto. Ainda mais que o gasto não é meu, kkk!


Torero

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